Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 234

— Claro que vou fazer uma boa ação e avisar a moça lá dentro, né. — Disse Eduardo, com um sorriso cheio de segundas intenções.

Letícia já ia retrucar, mas, ao ver o sorriso suspeito no rosto do irmão, franziu os olhos, desconfiada, e resolveu segui-lo.

Na sala de interrogatório.

Vitória já não chorava, mas ainda fungava seco. A maquiagem escorrida no rosto a deixava irreconhecível, estava um desastre.

Mas ela nem ligava mais para a aparência. Só conseguia pensar em duas coisas: de onde tiraria cinco milhões... E como sobreviveria a quinze dias presa.

— Ei, o Gabriel resolveu pagar por você. Não precisa mais se preocupar com o dinheiro. — Disse Eduardo, entrando com a notícia.

Vitória ficou paralisada. Primeiro surpresa, depois completamente incrédula. Seus olhos se arregalaram.

— Como assim... Mas ele não tinha... — Murmurou, sem entender.

— Depois que saí daqui, ele me ligou de novo. Se arrependeu. No fundo, não conseguiu deixar você na mão. — Interrompeu Eduardo, mudando o tom para algo entre o melancólico e o sincero. — No fim das contas, Gabriel ainda gosta de você. Por mais que diga o contrário, tá aí a prova.

— Me transferiu os cinco milhões na hora. — Completou, com um suspiro dramático.

Vitória ouviu aquilo com o coração batendo descompassado. A expressão de choque deu lugar a uma felicidade radiante. As lágrimas voltaram com força total.

Gabi... Ainda amava ela!

Ela sabia! Ele nunca seria tão cruel assim com ela!

Num pulo, se levantou da cadeira e gritou para o policial:

— Me solta! Eu não preciso mais pagar nada!

Ela precisava vê-lo. Precisava correr para os braços dele!

— O valor da indenização e a detenção são punições independentes. Pagar não te isenta da prisão.

— Explicou o policial, firme.

Vitória empalideceu.

— Que absurdo é esse?! Isso é sacanagem! Vocês tão de má-fé!

— Estamos apenas seguindo a lei. E vale lembrar que, no início, você tentou enganar e negou tudo. — Disse o policial, com expressão severa. — Se tivesse colaborado desde o começo, talvez pudesse ter a pena reduzida.

Ao ouvir isso, Vitória caiu de volta na cadeira. Os lábios entreabertos, os olhos vazios.

Mesmo pagando... Ainda teria que ficar presa.

Cinco milhões… Eram cinco milhões!

Mas, assim que chegou à porta da delegacia, sua calma desapareceu.

Do outro lado da calçada, debaixo de uma árvore, estava a garota. A única que ele não conseguia enfrentar de verdade.

Parado ali, Eduardo hesitou. Pensava se devia se desculpar pelo que tinha feito de manhã. Sentia vergonha, culpa. Sabia que havia passado dos limites.

Mas o orgulho...

Ah, o maldito orgulho.

Sempre tinha sido do tipo que não abaixava a cabeça pra ninguém. Sabia que devia ir até lá e pedir desculpas. Era o certo. E ele sabia que estava errado.

Mas, mesmo assim, os pés não se mexiam.

Ficou ali, encarando a garota sem piscar.

Beatriz percebeu o movimento e virou o rosto. Nem sequer lançou um olhar para ele. Apenas procurava com os olhos a amiga.

Ela não queria se aproximar. O irmão da Letícia ainda estava por perto, e ela não suportava estar ao lado dele.

Ficou esperando Letícia vir até ela.

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