Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 210

Apesar de tudo... Ele realmente já tinha abraçado Beatriz.

Mas Letícia, ouvindo a explicação anterior, não duvidava mais. Aceitou a resposta com tranquilidade, enquanto Eduardo continuava tomando a sopa em silêncio.

Depois que o estômago começou a se sentir reconfortado, ele abriu as outras duas caixinhas.

Uma com uma porção de arroz. A outra, costelinha com milho. A sopa clara, servida separadamente.

Eduardo comeu tudo com calma, combinando os sabores. No final, não sobrou absolutamente nada, nem uma gota do caldo.

— E aí? Estava bom, né? — Perguntou Letícia, satisfeita ao ver o irmão limpar os potes.

Eduardo assentiu e, sem hesitar, elogiou:

— Muito bom. Mesmo.

Depois acrescentou, casualmente:

— Por isso vou deixar passar o fato de você ter manchado minha reputação...

Afinal, tinha comido a comida da garota. Devia isso a ela.

Letícia soltou um suspiro de alívio, mas nem teve tempo de relaxar por completo, pois ele emendou:

— Mas só desta vez. Se isso se espalhar, vai ser ruim pra menina também.

— Pode deixar! Prometo que foi só hoje! Juro mesmo! — Disse Letícia rapidamente, fazendo sinal de promessa e pegando o pote já fechado da mão do irmão.

Ao descer do carro com ele, olhou ao redor. Na praça, Gabriel e sua comitiva já tinham ido embora.

Letícia voltou para perto do próprio carro, quando ouviu passos se aproximando por trás. Virou-se de repente, assustada:

— Quem é?! Nossa, que susto! Achei que fosse o Gabriel!

Disse, com a mão no peito.

— Srta. Letícia, boa noite. Sou motorista e segurança da família Pereira. — O homem se apresentou, educadamente. — Vim me desculpar formalmente pelo incidente anterior. Espero que a senhorita não tenha se sentido ameaçada.

Ao perceber que era um pedido de desculpas, Letícia apenas abanou a mão, indiferente:

— Não tem problema. O Gabriel surtando não é novidade. Meu irmão já previu isso e colocou gente pra me proteger. Estou ilesa.

O segurança suspirou aliviado e, ainda assim, reforçou o pedido de desculpas. Letícia completou:

— É bom vocês ficarem de olho nele. Aquele homem tem cara de quem sofre de transtorno explosivo. Se piorar, interna num hospício.

— Vou relatar tudo ao Sr. Henrique. Realmente não esperávamos esse nível de conflito com a senhorita hoje. — Respondeu o motorista, sério.

Letícia entrou no carro e foi embora. O segurança, então, dirigiu-se a Eduardo para apresentar outro pedido formal de desculpas.

Enquanto isso, em outro carro...

Gabriel estava contido no banco de trás, completamente preso. As portas estavam travadas, nem socando ele conseguia sair.

— Irmãos Martins... Vocês dois vão ver! — Rosnou, com ódio nos olhos.

Mas, por trás da inveja e da fúria, vinha o que doía ainda mais: o arrependimento.

Doía pensar nos dois anos que passou ao lado dela. Debaixo do mesmo teto, com ela ali, quieta, presente, leal, todos os dias.

E mesmo assim, ele... Nunca a enxergou de verdade.

Nunca a tocou com carinho.

Nunca a deixou dividir o quarto principal.

Agora, morria de ciúmes porque Eduardo a havia abraçado.

Mas, no fim das contas... Ele, Gabriel, é que era o marido dela.

Ou tinha sido.

E foi ele mesmo quem jogou tudo fora.

“Se não tivessem se divorciado... Se Vitória não tivesse armado aquele plano maldito...

Se eu tivesse mais coragem de encarar o mundo...”

Agora nem força tinha pra confrontar o tal amante.

Gabriel curvou o corpo, dobrando-se até as pernas. Enterrou o rosto entre os joelhos, as duas mãos cobrindo o rosto com força.

A dor do arrependimento vinha em ondas, como uma multidão de formigas famintas devorando cada pedaço de sua alma.

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