Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 206

Gabriel soltou um riso frio e perguntou:

— Conhecem o André?

Os três homens assentiram rapidamente. Claro que conheciam, era o pai do próprio Sr. Gabriel.

Ainda estavam tentando entender por que ele tocara no assunto, quando o jovem Gabriel falou com a voz baixa e carregada de ameaça:

— Ele desmaiou de raiva depois de eu gritar com ele. Ainda tá internado. Se vocês quiserem experimentar a mesma sensação, continuem aqui.

Os três empresários congelaram.

— Hahaha... Sr. Gabriel, vou deixar vocês dois conversarem. Acabei de lembrar que o Sr. Lucas tá me procurando... — Disse o Sr. Diego, forçando um sorriso.

— Também preciso ir, surgiu uma pendência urgente. Espero que possamos manter contato pra futuras colaborações. — Emendou o Sr. Marcelo.

Os dois se afastaram rapidamente, puxando junto o atrapalhado Sr. Caio. Sumiram no meio da multidão, visivelmente constrangidos, e provavelmente nunca mais teriam coragem de se meter na conversa dele de novo.

Afinal, nunca tinham ouvido falar que o temperamento do Sr. Gabriel fosse assim tão... Explosivo. A ponto de mandar o próprio pai pro hospital?

Pois é. Ninguém se mantinha no topo do Grupo Pereira sendo normalzinho.

— Tsc, tsc... Sr. Gabriel é mesmo implacável. E o seu pai, tá se recuperando bem? — Disse Eduardo, levantando levemente a taça antes de dar um gole tranquilo no champanhe.

— Se quiser fazer uma visita, eu te mando o endereço do hospital. — Respondeu Gabriel com a cara fechada.

— Visitar pra quê? Não é sua função como filho mostrar um pouco de gratidão e cuidar dele? — Disse Eduardo com ironia, só pra provocar.

Gabriel virou de lado e lançou um olhar afiado, mas não quis prolongar a discussão. Em vez disso, foi direto ao ponto:

— Aquilo que você falou lá na varanda era mentira, né? Me enganou.

— Eu? Imagina. Eu nunca minto. — Eduardo deu de ombros, com o maior descaramento. — E, além disso... O que tem demais eu dizer que minha irmã ia me trazer sopa? Por acaso isso tem algo a ver com você? Ou será que você faz aquele teatrinho de desprezar o casamento arranjado, esculacha o Sr. Caio... Mas no fundo...

— Não gosto dela! — Gabriel interrompeu com a voz ríspida, a expressão fechada.

— Então por que ficou tão nervoso? Por que ficou me seguindo pra todo lado? Vai dizer que não queria ver a Letícia? — Eduardo provocou novamente, com aquele sorriso malandro no rosto.

— Você... — Gabriel rangeu os dentes, furioso, olhando com raiva para o rosto cínico de Eduardo. E então soltou, num tom ameaçador: — Não vem bancar o inocente. Você sabe muito bem que sua irmã tá se enfiando na casa da minha esposa. E essa sopa que ela mandou foi a Beatriz que preparou, não é?

— Sua esposa, é? Achei que o divórcio já estava quase saindo... — Eduardo soltou com desdém.

Eduardo, ainda sorrindo com sarcasmo, mandou uma mensagem rápida para a irmã:

[Fica atenta. O lunático tá indo pra aí, com sangue nos olhos.]

Logo em seguida, contatou seu motorista, pedindo que viesse até a entrada. Também passou na portaria do evento e solicitou dois seguranças para acompanhá-lo. Precaução nunca era demais.

Enquanto isso, do lado de fora da mansão...

Uma Ferrari vermelha brilhava estacionada na praça. Letícia desceu do carro segurando uma marmita térmica nas mãos.

Ao receber a mensagem do irmão, apenas deu um risinho irônico. Pensou consigo:

“O Gabriel, aquele cachorro doido, vai me bater? Só se quiser passar o resto da vida atrás das grades.”

Ela não era a Bia. Beatriz tinha sido machucada, dobrada, quase destruída, mas por conta do poder opressor do Grupo Pereira, mal conseguia se defender.

Mas ela... Ela era outra história.

“Se Gabriel ousasse encostar um dedo em mim, ele que se preparasse. Porque o troco viria dobrado.”