Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 189

— O Gabi nem saiu oficialmente do período de reflexão do divórcio com a Bia, e você já veio correndo propor aliança com a família Martins. Achou mesmo que ele ia te agradecer? Queria dizer que fez isso pro bem dele? — A voz de Sr. Henrique ficou ainda mais cortante. — Eu é que acho que você estava de olho no que podia ganhar com isso.

André escutava do outro lado da linha. O rosto alternava entre vermelho e pálido, os dedos apertavam o celular com força. Engoliu a indignação e respondeu, com sarcasmo e raiva:

— E o seu netinho perfeito vai te agradecer, é isso? — Cuspiu. — O senhor tá fazendo com ele exatamente o que fez comigo: obrigando a se casar com alguém que ele não ama. A única diferença é que, no meu caso, ao menos a minha ex-mulher era de família tradicional, um casamento compatível. Já ele... O senhor mandou se casar com uma órfã, sem nome nem sobrenome. Espera ele perceber o jogo... Aí sim quero ver se ele vai te dar nem que seja um enterro digno!

— Você... Seu desgraçado! — Sr. Henrique gritou, trêmulo de raiva.

Mas do outro lado, a linha já estava muda. André havia desligado.

O mordomo, que presenciava tudo à distância, estava paralisado, sem ousar emitir qualquer som.

Sr. Henrique, tremendo de ódio, arremessou o celular contra a parede.

— Maldito! Como ousa me falar daquele jeito?! — Rugiu. — Dizer que o Gabi não vai me enterrar! O Gabi tem mais respeito por mim em um dedo do que esse traste no corpo inteiro!

Ele respirava pesado. As mãos batiam com força na mesa, continuou:

— Eu dei um caminho pra ele seguir. Mas ele nunca foi bom o suficiente. Queria fazer tudo do jeito dele, fracassando aqui e ali. Nem pra dirigir a sede da empresa serviu. Foi se esconder numa filial, tudo por causa daquela mulherzinha que ele defendia. Uma mulher que acabou morrendo em depressão... Por culpa dele!

— Sr. Henrique... Por favor, tente não se estressar... — O mordomo tentou acalmá-lo.

— Como quer que eu fique calmo?! Há vinte anos esse moleque me tira do sério! Jogou fora tudo que eu preparei, e agora quer voltar, querendo meter o dedo na vida do próprio filho?! — Bateu novamente na mesa, com mais força.

Sim, André era seu filho. E ele o conhecia melhor que ninguém. Um homem sem talento nato para negócios, sem visão, sem pulso. Por isso, Sr. Henrique havia se empenhado em arrumar o melhor casamento possível para ele, tentando compensar essa deficiência com alianças estratégicas.

E, no fim, André traiu a esposa, aquela que o sustentava, e a levou à morte.

— Jogou Gabi fora no passado, e agora quer voltar todo bajulador? Só porque acha que eu vou entregar a empresa pro garoto? Tá desesperado... — Murmurou com desprezo.

“Gabi é meu neto. Tem mil vezes mais talento que o pai.”

E se ele se casou com a Bia, foi só pra impedir aquela víbora da Vitória de entrar nessa família.

Dois anos de contrato. Quando acabasse, Gabi estaria livre para escolher com quem ficar. O velho não interferiria nisso. Mas uma coisa era certa: Vitória, jamais.

Mentira esfarrapada.

Sr. Henrique apertou o maxilar. Não acreditava nem por um segundo.

— E precisava despistar os dois homens que estavam te seguindo? — Sua voz veio gélida, carregada de ameaça. — Gabriel, é melhor você me contar a verdade. Porque se eu tiver que descobrir por outros meios, vai ser muito pior pra você.

Silêncio.

Do outro lado da linha, Gabriel ficou calado por vários segundos. Teimoso, não respondeu. Sr. Henrique, furioso, encerrou a ligação com força.

— Investigação completa. Quero tudo nos mínimos detalhes. Descubram. — Ordenou ele com firmeza.

O mordomo assentiu prontamente e iniciou os contatos. Começou por Rafael, o assistente direto de Gabriel, mas era óbvio que ele já havia sido instruído a não dizer nada. Limitou-se a responder que já estava em casa, fora do expediente, e que não sabia de nada.

Sem opção, o mordomo passou a acionar outras pessoas.

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