Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 188

Na época em que a família Martins cogitou uma aliança por casamento, foi nos bastidores que vieram a descobrir: Gabriel já era casado. Agora, tempos depois, a família Pereira, através de André, voltou a tocar no assunto do noivado, alegando que ele já havia se divorciado.

Priscila sempre achou estranho aquele casamento nunca ter sido divulgado. Afinal, famílias como a Pereira prezavam por casamentos à altura. E uma união secreta? A família da noiva teria mesmo concordado com isso?

Mas agora, ao ouvir quem era a ex-esposa de Gabriel, tudo começava a fazer sentido.

Provavelmente, os mais velhos da família Pereira nunca aprovaram aquela união. Por isso, não houve cerimônia, nem anúncio, nem festa. E não deu dois anos... Já tinham se separado.

— De qualquer forma, o Gabriel não é boa coisa. — Comentou Eduardo, cruzando os braços. — A Letícia me contou que ele agrediu a ex-esposa. A mulher foi parar no hospital com fratura óssea.

— E ainda teve aquele escândalo com a amante. — Completou, olhando para o chão. — Tentou forçar a ex a pedir o divórcio e quase deixou ela morrer intoxicada com vazamento de gás.

Tudo isso havia sido relatado pela própria Letícia. Eduardo, mesmo apenas repetindo os fatos, sentia calafrios só de lembrar. Em sua mente, a imagem da ex-esposa de Gabriel, Beatriz, lhe parecia ainda mais frágil, quase etérea. Magra demais... Machucada demais.

Na porta do escritório, Priscila estava imóvel. O olhar vidrado, olhos arregalados, completamente em choque com o que o filho acabara de contar.

“Meu Deus... Gabriel é esse tipo de monstro?”

E pensar que, durante tanto tempo, ela havia achado que ele era um dos jovens mais promissores da elite da Cidade A. Bonito, polido, de uma família respeitável. Justamente por isso, havia considerado unir as famílias.

Mas agora... Agora só via uma farsa. Um lobo vestido de linho. Um homem cruel por trás de um rosto bem-apessoado.

— Isso tudo é verdade mesmo? — Perguntou, incrédula, com um traço de ceticismo na voz. — Você tem certeza de que ninguém tá exagerando ou inventando?

— E qual seria a vantagem de inventar uma coisa dessas? — Rebateu Eduardo, com calma. — A ex dele não tem nenhuma influência, nenhum respaldo familiar. Se inventasse, seria suicídio. A família Pereira a esmagaria em segundos. Se ela mentisse, não ganharia nada... Pelo contrário, seria presa antes mesmo de terminar a frase.

Priscila assentiu devagar, digerindo cada palavra.

De fato... Se aquela mulher tivesse inventado qualquer parte da história, já estaria sendo processada, ou até atrás das grades. Com a influência dos Pereira, não sobraria nem dignidade pra contar a versão dela.

— Então quer dizer que agora você tá me culpando por ter mimado o Gabi?

— Não é uma acusação, pai. — Respondeu André, tentando se conter. — Mas o senhor sempre passou a mão na cabeça dele. Foi assim que ele aprendeu a não respeitar ninguém, nem hierarquia, nem família.

— Ele só não respeita você. — Rebateu Henrique, seco. — Comigo, nunca passou dos limites.

Fez uma pausa e continuou com frieza:

— E você sabe bem por quê. Se eu não tivesse interferido naquela época, ele teria te colocado na cadeia.

— Pai! — Gritou André, indignado, sem conseguir conter a revolta.

— Chega. — Cortou Henrique, impaciente. — Não tem competência pra controlar o próprio filho e agora quer jogar a culpa em mim? Você que inventou essa história de aliança com a família Martins. Eu mesmo nunca movi um dedo pra isso. — A voz dele ficou ainda mais gélida. — Agora que deu errado, que as famílias se estranharam, você tá aí se doendo, achando que queimou seu nome. Pois se vira. Vai lá e resolve. Não conte comigo.

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