Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 176

— Você viu só uma vez. E se elas resolverem sair de novo depois? — Gabriel tentou arrumar uma desculpa qualquer. — Por isso mesmo, me diga onde fica o lugar. Assim eu posso… — Começou a argumentar, mas foi logo interrompido.

— Se o Sr. Gabriel está tão desconfiado, posso deixar alguém de plantão na porta pra vigiar. — Cortou Eduardo, direto e firme.

Gabriel rangeu os dentes. Estava claro que Eduardo não pretendia, de jeito nenhum, revelar o endereço.

Pensou em mudar de estratégia, talvez usar uma proposta comercial como moeda de troca, mas Eduardo foi mais rápido:

— Não tem mais o que discutir. Estou encerrando meu expediente. E sobre essa história de aliança entre a família Martins e a família Pereira… Podemos dar por encerrado.

— Aquilo foi uma decisão do meu pai. Eu nunca estive de acordo. — Disse Gabriel, seco.

Do outro lado, ouviu-se uma risada debochada, seguida de um comentário direto como uma facada:

— Se não estava de acordo, não deveria ter vindo falar com a gente pessoalmente. Que ideia foi essa de postar foto de certidão de casamento? Queria insinuar o quê? Usar indireta pública pra provocar a família Martins? A gente pode não ter o mesmo tamanho da família Pereira, mas não somos idiotas. E, muito menos, precisamos implorar por casamento arranjado.

Gabriel ficou em silêncio por um segundo, engolindo a provocação. Depois tentou se justificar:

— Me desculpe. Não foi minha intenção provocar a família Martins. Aquela postagem foi apenas pra tornar pública minha situação pessoal.

— O senhor mesmo acredita nisso? — Eduardo rebateu, com um tom sarcástico. — Vocês já não estão no processo de divórcio? E agora vem com essa de tornar pública a união?

Gabriel apertou os dentes. Não havia argumento que pudesse limpar sua imagem nesse momento. Também não podia simplesmente dizer que, no passado, não quis assumir Beatriz porque não a amava de verdade, o que tornava ainda mais patética a tentativa atual de reconquistar algo.

— Juro que não tive essa intenção, Sr. Eduardo. Foi realmente um mal-entendido. E quanto aos seus pais, vou me explicar pessoalmente com eles. — Declarou com um pouco mais de humildade.

Dessa vez, Eduardo não insistiu. Houve um breve silêncio entre os dois. Quando já se preparava para encerrar a ligação, Gabriel soltou mais uma:

— O endereço do condomínio... Você poderia me passar? Eu ficaria realmente muito grato.

Em troca, nas negociações em andamento com a família Martins, sobre o projeto imobiliário da Horizonte Eterno, estou disposto a ceder uma parte dos lucros.

Gabriel ficou sem palavras.

Ele apertou o celular com tanta força que os dedos ficaram brancos. Respirou fundo antes de responder, forçando a calma:

— Você acha que eu vou voltar atrás na palavra? Amanhã mesmo a gente assina o contrato. E aí você me passa o endereço.

— O Sr. Gabriel tá mesmo desesperado, hein? — Eduardo respondeu com um tom claramente provocativo.

— Eu não estou brincando! Estou falando sério! — Gabriel praticamente gritou, a voz tensa de frustração.

— E eu também estou falando sério. Como é que eu ia manchar a minha nobre integridade por causa disso? — Devolveu Eduardo, com ironia elegante.

As palavras foram como gasolina no fogo. A raiva explodiu dentro de Gabriel, fazendo saltar as veias da testa.

Aquela calma de Eduardo, aquela postura de quem controlava tudo… Se ele estivesse ali, na frente dele, Gabriel com certeza teria socado aquele maldito sorriso da cara dele.

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