Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 170

Beatriz entrou no banco do passageiro, pegou um lenço umedecido e começou a limpar a mão e o pulso onde Gabriel a havia segurado.

Ao ver aquela cena, Gabriel sentiu uma pontada aguda no peito.

O Ferrari arrancou, sumindo pela avenida.

Instintivamente, ele correu alguns passos atrás... E logo entrou no próprio carro, decidindo segui-las.

Dentro do carro.

Beatriz terminava de limpar as mãos em silêncio.

Foi só então que Letícia quebrou o gelo:

— Agora é a hora da verdade. Pode ir falando tudo.

Beatriz abaixou a cabeça, murmurando:

— Me desculpa...

— Tá pedindo desculpa por quê? — Rebateu Letícia, irritada. — Eu quero entender é como você foi se enroscar com o Gabriel. Quando foi que se casaram? E por que nunca me contou nada? Isso é traição de amiga, viu!

— Estou pedindo desculpa justamente por ter escondido isso de você. Achei que ia ficar brava. — Explicou Beatriz, num tom calmo.

Letícia ficou em silêncio por um segundo, digerindo as palavras.

— Ficar brava é o de menos. Eu estou é surpresa. Chocada, pra falar a verdade. Sempre achei que você fosse órfã. Nunca imaginei que teria qualquer ligação com a família Pereira.

Beatriz se recostou no banco, os olhos perdidos no nada. E então começou a contar tudo, com calma.

Desde o início.

Sem esconder nada.

Letícia escutou tudo quieta, sem interromper uma única vez.

Quando Beatriz terminou, ela continuou em silêncio por alguns segundos, o olhar distante. Queria dizer algo, mas não sabia por onde começar. No fim, só conseguiu soltar:

— Então... Você gostava do Gabriel. E gostava há anos.

— Isso tudo já é passado. — Respondeu Beatriz, com a voz carregada de cansaço.

— Na faculdade você nunca disse nada. Eu juro que nunca percebi que você tinha qualquer sentimento por ele. — Murmurou Letícia, pensativa.

— Sim. — Beatriz assentiu, com suavidade. — Ele não queria que eu aparecesse em público. Então tive que esconder tudo de vocês.

Letícia apertou o volante com força.

— Desgraçado... E naquela época ele ainda falava com orgulho que você acordava às cinco da manhã pra cozinhar pra ele, que sempre deixava a luz acesa esperando ele voltar... Você era o quê, a cozinheira dele? Uma empregada? Isso lá é papel de esposa? Ele, Gabriel, por acaso não podia pagar uma diarista?!

— Isso não foi nada... — Beatriz puxou um canto da boca, com um sorriso irônico. — Te mostrei aquele machucado nas costas, lembra? Foi fratura. A queimadura no pé... Foi a Vitória que causou. Queimou até levantar bolha do tamanho de um punho. E quase morri uma vez. Intoxicação por gás. Quando desmaiei, Gabriel e Vitória já tinham saído da casa fazia tempo.

Ela disse tudo com uma voz calma.

Assustadoramente calma.

Letícia arregalou os olhos, e num impulso de puro choque, sentou-se reta no banco.

— O quê?! Bia... Isso foi tentativa de homicídio! Esse filho da mãe... Esse desgraçado...

E assim começou uma sequência interminável de xingamentos.

Letícia, a sempre controlada e elegante, já tinha largado toda compostura. O sangue fervia de tanta raiva.

— Não. Isso não pode ficar assim. Você tem que processar esse desgraçado! Tem que fazer esse lixo apodrecer na cadeia! — Disse, indignada.

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