Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 169

"Calma. Foco. Vai dar tudo certo."

Beatriz repetia isso mentalmente para si mesma.

Ela ainda tinha o Sr. Henrique do seu lado. Ele não permitiria que Gabriel fizesse o que quisesse.

— Pode vir até o rei do mundo, esse casamento vai acabar de qualquer jeito. — Disse Beatriz com firmeza, a voz decidida como uma rocha.

— Ótimo. Então nos vemos lá. — Respondeu Gabriel, tenso.

Beatriz virou o rosto, se recusando a encarar aquele olhar novamente.

Ao mesmo tempo, tentava soltar o braço da mão que ainda a prendia e sinalizou discretamente para Letícia ajudá-la.

Letícia, já voltando a si do choque, agarrou o braço de Beatriz com força. Sem pensar muito, ainda levantou o pé e pisou com vontade no sapato de couro de Gabriel.

— Já estão se divorciando! Um ex-marido decente deveria agir como se tivesse morrido! — Esbravejou ela, indignada.

Gabriel recuava do pisão, mas ainda segurava Beatriz, tentando levá-la com ele.

Nesse momento, Beatriz sacou o celular com a outra mão e o ergueu.

— Se você não me soltar agora, eu chamo a polícia. Quer que o Sr. Henrique vá te tirar da delegacia de novo?

Ao ouvir isso, Gabriel travou. Seus olhos fitaram o telefone, depois Beatriz, e ele rosnou entre os dentes cerrados:

— Não chama a polícia. Eu só queria conversar... Beatriz, eu não ia fazer nada com você.

— Ótimo. Então vamos conversar... Na delegacia. — Respondeu ela, fria como gelo, já com o número de emergência na tela.

— Não! — Gabriel se apavorou. Temeu que ela realmente ligasse e, com isso, soltou o pulso dela de imediato.

Finalmente livre, Beatriz puxou o braço para perto do corpo. A pele ao redor do punho estava avermelhada.

Ela recuou alguns passos junto com Letícia, criando distância entre os dois.

— Mais um passo e eu aperto esse botão. — Disse ela, encarando Gabriel com um olhar que cortava como faca.

Gabriel, com um pé já levantado, hesitou. Recuou lentamente, com raiva contida, os olhos queimando de frustração.

— Você precisa mesmo ser tão cruel? Nem uma conversa? Antes, você não era assim... — Murmurou, cerrando os punhos.

— Antes eu era uma idiota. Uma doente, tá bom? Agora, só de te ver, já me dá náusea. Sua voz polui o ar. — Respondeu Beatriz, fria, com desprezo nos olhos.

Ela puxou Letícia pela mão e acelerou o passo.

Atrás delas, os sapatos de Gabriel ainda ressoavam no piso.

Beatriz virou-se de leve, ergueu o celular com um gesto firme. Gabriel entendeu o recado e reduziu o passo, forçado a parar.

Beatriz se virou num rompante, sacudiu o braço com força e rosnou:

— Não encosta em mim! Você me dá nojo!

Gabriel congelou.

Seu rosto mostrava dor. Não só pelas palavras, mas por aquilo que leu nos olhos dela ao dizê-las.

Ela não estava exagerando.

Ela realmente o achava repulsivo.

— Gabriel, a Bia não tem mais nada com você. Você pode ter contratado advogado, mas ela também pode. E vai. — Disse Letícia, já com o cinto afivelado.

Gabriel lançou um olhar cortante para ela.

— Fica fora disso. Não é da sua conta! — Rosnou, com raiva nos olhos.

Letícia deu uma risada curta, desdenhosa.

— Ah, mas agora é sim. Mexeu com minha amiga, mexeu comigo. Não esperava que eu fosse ficar quieta, né? — Olhou diretamente para ele, sem o menor medo. — Se eu soubesse que a esposa que você escondia era a Beatriz, já tinha vindo buscá-la há muito tempo. Você é desprezível, Gabriel. E pior, nem tem noção disso.

Seus olhos estavam cheios de desprezo, como se ele fosse algo sujo que ela evitava pisar.