Eu!Matei a Vilã Secundária! romance Capítulo 637

Nessas duas horas, Inês reviu tudo sobre ela e Noe.

Desde o amor não correspondido inicial, passando pelas humilhações sofridas, até chegar a esse beco sem saída, Inês sempre pensou que quase morrer no passado era algo exclusivo dela.

Mas agora, quem morria no futuro era Noe.

Ela não poderia ter imaginado que a solução entre eles acabaria assim. Pensava que eles lutariam até o fim dos tempos, ferindo-se mutuamente em uma batalha sem fim, sem jamais imaginar um desfecho tão abrupto, que extinguiria todo o amor e ódio de maneira tão definitiva.

Ainda parecia ouvir as ofensas que Noe lhe lançara, aquele homem que, mesmo ao ferir os outros, carregava um tom de desprezo e rebeldia, como se nada no mundo pudesse tocá-lo, apenas ele a outros.

Mas Inês esqueceu que Noe também era humano, também podia se ferir.

Feridas do coração podem ser curadas com o tempo, mas e as físicas?

Ferimentos letais acumulados acabaram com ele aos 26 anos.

Inês cobriu o rosto, com os olhos levemente vermelhos, pensando em ir até a família Serpa dar a notícia, sentindo os pés pesarem como se tivessem chumbo.

Ela achou que deveria rir, Noe estava colhendo o que plantou. Ele fez tantas coisas ruins para ela, e finalmente pagou o preço. Não deveria ela sentir-se vingada?

Mas... ela apertou a roupa contra o peito, como se esse gesto pudesse aliviar a angústia em seu coração. Mas Noe... como odiar alguém que já morreu?

Inês forçou-se a rir, tremendo no táxi como se estivesse enlouquecendo, enquanto o motorista a olhava confuso várias vezes. Por fim, enquanto ria, as lágrimas começaram a cair.

Os vivos continuam vivendo, os mortos se foram.

As defesas psicológicas de Inês desmoronaram nesse momento, Noe havia dito o mesmo antes de morrer. Ela pensou que haveria muitas maneiras de se despedirem, odiando-se ao dizer adeus, partindo feridos e ensanguentados - mas nunca imaginou que o adeus seria nesse cenário.

Todo consolo era apenas autoengano.

Celso uma vez perguntou a Noe, o que aconteceria se o amor por alguém não fosse correspondido porque o outro parou de amar?

Agora Inês também pensava, como é o sentimento quando não se pode mais odiar alguém porque ele se foi?

A resposta é a mesma, uma dor profunda.

A primavera na Cidade Luz é bela, vibrante e florescente, mostrando que, mesmo sem Noe, o mundo continua girando.

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