Vinte anos de cárcere, sua família morta, aquelas noites e dias em que sua vontade nunca era considerada.
Antonio pensava que ela o odiava profundamente, ao ponto de nem querer olhar para ele ao partir.
Ele não ousava revelar sua identidade diante dela, apenas conseguia reprimir todos os sentimentos.
“Senhora Barbosa, a senhora ainda está com febre, precisa manter o ânimo. Sentir-se deprimida não ajuda na recuperação.”
Ele aparentava indiferença, fingindo não se importar, mas era evidente que estava preocupado, embora se esforçasse para agir como um estranho.
Naquele momento, milhões de emoções invadiram o coração de Mirella.
Ela sentia emoção, alívio e também uma fúria porque ele estava vivo, mas não dera notícia alguma.
Antonio lhe entregou o termômetro; antes, enquanto ela estava inconsciente, ele podia medir sua temperatura, agora, acordada, já não era conveniente.
Porém, Mirella não pegou o objeto, apenas o olhou com seus olhos úmidos e brilhantes.
Sem dizer uma palavra, seus olhos estavam cheios de acusação.
Antonio suspirou suavemente, decidindo não continuar com a encenação. “Cátia...”
Ele levantou a mão e acariciou o rosto dela. “Não chore mais. Se não quiser me ver, eu vou embora agora mesmo.”
Ao ouvir que ele iria embora, Mirella chorou ainda mais.
“Não chore, minha pequena. Diga-me o que quer, fale comigo, não se puna assim.”
Antonio achava que após vinte anos convivendo com ela, já conhecia sua personalidade, mas agora percebia que o coração de uma mulher é um mistério impossível de decifrar.
Assim que terminou de falar, Mirella já havia se jogado em seus braços.
“Seu idiota! Por que mentiu para mim? Eu achei que você tivesse morrido.”
Antonio a abraçou com força repentina. “Eu achei...”
Sua voz também ficou embargada. “Eu achei que você me odiasse profundamente, que não quisesse me ver nunca mais. E, além disso, o plano era muito perigoso, quanto menos pessoas soubessem, melhor. Por isso não te contei nada, meu amor. Não chore... Se quiser, pode tirar minha vida.”
“Antonio, eu me arrependi.”
As lágrimas de Mirella caíam em seu pescoço, quase queimando sua pele. “Se eu não tivesse ficado doente, você não pretendia me ver, não é?”
“Cátia, será que a febre te fez delirar?”
Antonio sentia como se estivesse sonhando. Nos últimos anos, Mirella lhe fora distante, especialmente depois da morte de Marlene. Ela o culpava por ter dado o coração de Marlene para ela, já fazia muito tempo que não lhe dirigia uma palavra amável.
“Bonitão.”
Mirella o abraçava com força, como se quisesse absorver todo o ar que vinha dele.
Depois de vinte anos juntos, o laço entre eles era maior que o de parentes ou amantes, um sentimento difícil de descrever em palavras.
“Não chore mais. Deixe eu medir sua temperatura primeiro. Você passou o dia e a noite inteira com febre intermitente.”
Com delicadeza, ele enxugou-lhe as lágrimas, tentando acalmá-la, e voltou a lhe entregar o termômetro.
Mas Mirella encostou a testa na dele. “Assim, você consegue sentir?”
“Cátia...”
Mirella roçou de leve seu nariz no dele e, antes que o homem pudesse reagir, passou os braços pelo pescoço de Antonio e tocou suavemente seus lábios, dizendo: “Bonitão, eu senti sua falta.”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...