Ismael piscou seus grandes olhos bonitos, "Teodoro."
"Não é Teodoro, é cunhado. Vamos, repita comigo: cu-nha-do."
Ismael respondeu: "Tiadoro."
"Não é Tiadoro, é... ai!"
Janaína deu-lhe um leve pisão no pé e, em seguida, abraçou Ismael e saiu, balançando sua cabeça antes de ir. "Vamos, chacoalhe essa bagunça toda da cabeça."
"Evaristo, Janaína, explique-se, o que você quer dizer com bagunça?"
Evaristo vinha atrás, quando Otávio jogou-lhe as fraldas sujas em seu peito. "O que você quer? Por que está gritando com minha filha?"
Evaristo imediatamente recuou, chamando-o com cautela: "Pai, você entendeu errado."
"Quem você está chamando de pai? Saia daqui."
Bianca segurou a mão de Janaína enquanto se afastavam. "Querida, fique longe de pessoas emocionais como ele, e também de..."
Seu olhar caiu sobre Otávio, que a olhava esperançoso, mas Bianca surpreendeu ao dizer: "Pessoas como seu pai, que é um cafajeste, são ainda piores."
Janaína assentiu, "Vou me lembrar disso."
Parece que Otávio ainda não tinha conseguido conquistar Bianca, mas a vida delas ainda era longa. Os sofrimentos dos primeiros vinte anos ele teria que compensar pelo resto da vida.
Evaristo ainda não tinha percebido a seriedade da situação e riu ao lado: "Pai, parece que sua posição não é muito melhor que a minha."
Otávio lançou-lhe um olhar severo e resmungou: "Pelo menos eu tive algo, e nossos filhos já estão crescidos. Ao contrário de você, que não tem nada e ainda acha graça."
Evaristo ficou sem palavras.
Otávio não deu mais atenção a Evaristo e se dirigiu a mim, "Já está tarde, não queremos incomodar mais. Se estiver cansada, avise o papai."
Essas palavras de Otávio aqueceram meu coração. Ele me abraçou suavemente e acariciou minha cabeça. "Somos uma família. Não guarde tudo para si. Ainda estamos aqui para te apoiar."
Eu segurei as lágrimas e assenti, "Sim, entendi. Mas você deveria se esforçar para reconquistar a mamãe."
Otávio deu uma risada suave: "Isso não importa. Enquanto eu puder estar ao lado delas, isso é minha felicidade."
Ele parecia ter se tornado mais despreocupado.
Eliana estava no canto, observando minha interação com Otávio, com um olhar de inveja.
Depois que todos partiram, ela se aproximou lentamente, "Estamos todos aqui, não fique triste."
Ela hesitou em me abraçar, com medo de ser rejeitada, então ficou por perto.
Depois de tudo que aconteceu, comparado a Nilton, pelo menos eu ainda tinha dois pais. Eu deveria estar grata.
"Mãe, você pode me abraçar?"
Ela ficou surpresa e, em seguida, lágrimas de emoção encheram seus olhos, "Claro."
Ela me envolveu em seus braços, "Marlene."
Eu a abracei de volta, chorando intensamente, "Mãe..."
"Meu filho sofreu tanto."
Eu chorava e chamava por minha mãe, liberando todas as mágoas acumuladas ao longo dos anos.
Fui mal compreendida tantas vezes. Naquela noite de neve, talvez o que eu mais desejasse não fosse sobreviver, mas ser compreendida pela família.
"Não é culpa sua, não se preocupe com isso. Foi uma escolha dela, ninguém poderia mudar isso. O pior já passou. Agora, devemos viver bem para honrar seus sentimentos."
"Sim."
Felizmente, ainda estávamos juntos.
As crianças nos observavam com olhos curiosos, e logo os dois pequenos também se abraçaram, rindo alegremente.
Depois de um tempo de brincadeiras, eles foram adormecendo.
Eu também me aninhei nos braços de Nilton, e juntos adormecemos.
Os que se foram já partiram, e os vivos devem valorizar o presente.
A família Lopes enfrentava dificuldades sucessivas, e temendo que estivéssemos tristes, nosso casamento foi cancelado. No entanto, eles permaneceram conosco, hospedados na casa da família Lopes.
O ambiente antes silencioso da casa da família Lopes de repente voltou a ser animado.
Logo pela manhã, Evaristo apareceu com um avental, carregando um prato de bifes em direção a mim. "Cunhada, experimente minha culinária. O que acha?"
Eu o olhei com ceticismo. "Bife logo de manhã? Evaristo, você deve estar brincando, certo?"
"Cunhada, ouvi dizer que para conquistar o coração de uma mulher, primeiro precisamos conquistar seu estômago. Por isso, aprendi a cozinhar. Não sou mais aquele que jogava ovos no teto."
Compreendi suas intenções, e antes que Janaína acordasse, perguntei: "Você realmente ama Janaína?"
"Será que não demonstrei isso claramente? Só um tolo arriscaria tanto se não amasse."
Eu já havia percebido sua sinceridade, mas tinha uma dúvida.
"Você já sabe quem Janaína realmente é. Você gosta do rosto de Karina ou do espírito de Janaína? Você consegue distinguir isso?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...