Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 588

"Ok. Entendi."

"Marlene, me dê um pouco mais de tempo."

Com ele por perto, eu me sentia segura.

"A propósito, o Otávio está de volta à Cidade Nova. Ele nos convidou para jantarmos juntos hoje à noite."

Anteriormente, ele e a mamãe tiveram que pegar um voo e muitas coisas foram resolvidas rapidamente. Naquele momento, ele havia finalizado a divisão de bens no país e encerrado o divórcio com a mamãe. Seu rápido retorno deveria ser para lidar com os problemas deixados na Cidade Nova.

Afinal de contas, ele era o pai deste corpo que ocupo, e eu não poderia me separar dele completamente. Então, concordei alegremente: "É claro."

Quando Nilton e eu chegamos ao restaurante e estacionamos o carro, avistamos Renata ajoelhada no chão, com os braços envoltos nas pernas de Otávio, chorando desconsoladamente.

"Papai, mesmo que você não seja meu pai biológico, nosso afeto de pai e filha ao longo dos anos não foi falso. O senhor sabe como minha vida é miserável agora? Eu me recuso a reconhecer aquele porco gordo como meu pai. Ele simplesmente não se importa comigo e com minha mãe!"

Mantive a mão de Nilton longe da maçaneta da porta, observando silenciosamente a reação de Otávio.

Antes, tudo o que Renata tinha de fazer era encantar Otávio para que ele lhe desse as estrelas no céu.

Mas naquele momento, Otávio estava ouvindo sua história com uma expressão congelada, sem demonstrar nenhuma emoção.

"E então? Eu deveria recompensar sua devoção?"

"Quero ser sua filha novamente, papai. Por favor, me aceite de volta. Desta vez, prometo obedecer e não deixar o senhor com raiva novamente."

Otávio riu friamente: "Ser minha filha? Você acha que é digna?"

"Papai, eu..."

Antes que Renata pudesse terminar, Otávio, em um acesso de raiva, levantou-a do chão como se ela fosse um pintinho, pressionando-a brutalmente contra o capô do carro, com o polegar pressionando o pescoço de Renata.

"Como você ousa falar sobre ser minha filha? Você tem consciência de tudo? Se não fosse por sua estupidez, eu não teria perdido tudo. Agora, estou sem uma família, e você ainda quer um lar?"

Eu lhe dei um olhar severo: "Vá embora agora."

Havia câmeras por toda parte. Se ela morresse nas mãos de Otávio, ele passaria o resto de sua vida na prisão!

Renata correu imediatamente.

Otávio olhou para mim. Ele havia perdido muito peso, com olheiras e veias vermelhas visíveis sob os olhos.

Até mesmo mechas brancas eram perceptíveis em seu cabelo preto.

Aquele homem de meia-idade, que antes exalava elegância e autoridade, parecia ter visto seu mundo desmoronar após o divórcio, com os olhos sem o brilho que um dia possuíram.

Embora soubesse que ele merecia, talvez fosse apenas uma inclinação residual deste corpo, ainda capaz de sentir pena dele. Meu coração, de forma inexplicável, doeu um pouco.

Eu o abracei de leve: "Papai, você ainda me tem."