"Está bem. Não se estresse por causa desse tipo de pessoa."
Nilton gentilmente bateu no meu ombro.
Eu agarrei sua mão grande, com um sorriso se formando nos meus lábios: "Quem diria que ainda estaríamos tão sincronizados ao tocar juntos depois de tantos anos?"
"Certas coisas, quando estão gravadas na memória, nunca se perdem. Mas me diga, você tem praticado às escondidas ao longo desses anos?"
Balancei a cabeça com um pouco de constrangimento: "De vez em quando eu pratico... Não muito, mas... graças a você, acho que me mantenho em forma, mas..."
"Nilton... No que você pensa quando está tocando?"
Ele se inclinou lentamente e selou meus lábios com um beijo, deixando escapar uma única palavra: "Você."
O carro parou diante da casa da família Lopes. Separei-me dele a contragosto, sentindo minhas orelhas ficarem quentes.
Sempre tão cavalheiro, ele tirou seu casaco e me entregou. Eu, envolta em um grosso casaco de penas, o acompanhei de volta à casa da família Lopes.
Dario estava sentado no sofá da sala, enquanto Nelson já havia chegado antes de nós. Ambos estavam em silêncio, com as expressões fechadas.
Senti-me levemente intimidada pela presença austera do ancião.
Chamei baixinho: "Papai..."
Dario levantou o olhar para nós dois, e seu tom se tornou mais gentil: "Vocês voltaram."
"Sim."
"O Ano Novo está chegando, e há muitas coisas na família Lopes que exigem sua atenção. Eu sei que sua mãe está grávida, mas agora que você é uma parte da família Lopes, suas prioridades devem ser ajustadas conforme nossa necessidade."
Eu acenei: "Eu entendo, papai."
"Já está tarde, vão descansar."
Nelson olhou para mim, como se quisesse dizer algo, mas acabou permanecendo em silêncio.
No elevador, Nilton me confortou em voz baixa: "Ele está envelhecendo. Com o Ano Novo se aproximando, ele só quer manter a família reunida. Ele não tem outra intenção."
"Eu entendo."
Assim que cheguei ao quarto, liguei para minha mãe.
Ela me contou que Otávio a levou para casa, mas saiu logo depois, provavelmente para ajudar Renata.
O jovem magro de anos atrás agora tinha um porte largo e forte.
Fechei a porta atrás de mim e me aproximei devagar.
Ele já havia deixado um espaço ao seu lado, como se soubesse que eu viria.
Ele estava tocando "Vivaldi - Outono", a música que nos conectou vinte anos atrás.
Meus dedos se moveram instintivamente, acompanhando seu ritmo.
Quando a última nota ecoou no ar, sua mão pousou suavemente sobre a minha. Seus olhos se encontraram com os meus, intensos e cheios de significado, enquanto ele sussurrou: "Marlene..."
Ainda pensando no beijo inacabado no carro, sentei-me delicadamente em seu colo.
Estranhamente, apesar de ser paraplégico, suas coxas não pareciam fracas em nenhum momento.
Naquele momento, deixei todas as preocupações para trás, envolvendo seu pescoço com os braços.
Perguntei suavemente: "Eu... posso te beijar?"
Antes mesmo que eu terminasse a frase, Nilton já havia tomado a iniciativa e me beijado profundamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...