Bum!
Quando nossas peles se tocaram, Nilton e eu ficamos completamente imóveis, como se o tempo tivesse congelado.
Ele rapidamente retirou o dedo.
Eu ainda mantinha os lábios levemente entreabertos, incapaz de reagir imediatamente.
Seu dedo era pálido, com ossos proeminentes no pulso que conferiam um charme peculiar, mas o que chamou minha atenção foi a textura áspera de sua pele, marcada por calos.
"Desculpe, não foi minha intenção." - Apressei-me em pedir desculpas. Meu gesto havia sido extremamente rude!
"Não tem problema." - Ele respondeu, tentando soar natural, mas era impossível ignorar o rubor que subia das orelhas até o pescoço.
A pele de Nilton, geralmente tão clara quanto a neve devido à sua falta de exposição ao sol, tornava qualquer traço de vermelho ainda mais evidente.
Meu olhar fixou-se em seu pescoço, e sem querer me peguei imaginando se todo o seu corpo ficaria avermelhado daquele jeito.
Tal brancura, tingida por um leve tom rosado, parecia algo incrivelmente... sedutor.
Quando percebi onde minha mente estava indo, fiquei alarmada. Que perigo!
Com Nelson, tudo era diferente. Ele sempre dependia de mim, e eu havia me acostumado a cuidar dele.
Nossa relação, que começou na infância, nunca despertou em mim uma paixão avassaladora. Éramos mais como uma família do que amantes.
A rotina também havia moldado nosso relacionamento: éramos como um casal de idosos, presos à monotonia, onde o trabalho ocupava quase todo o espaço, deixando pouco ou nenhum tempo para momentos íntimos.
Mas Nilton... Nilton era outro mundo.
Embora nos conhecêssemos há anos, não tínhamos nenhuma experiência de convivência real.
Talvez por causa da novidade, minha mente começou a fantasiar sobre ele.
Isso definitivamente não era um bom sinal, então rapidamente inventei uma desculpa para sair.
Eu corri para o banheiro, sentindo um olhar intenso e ardente sobre mim, que só desapareceu quando fechei a porta..
Encostada na porta, meu coração batia descompassado.
Fitei o espelho. Meu rosto estava completamente ruborizado, uma tonalidade que raramente me via usando.
O Nilton que eu conhecia era sempre reservado, distante, mas agora parecia triste. Por quem ele estava triste?
Vê-lo ali, tão solitário, provocou em mim uma conexão inesperada.
Ele era como eu, alguém que sempre carregava o peso da solidão.
Aproximei-me lentamente, e, em um tom suave, perguntei: "Em que você está pensando?"
Nilton me olhou em silêncio, como se ponderasse sobre o que dizer, antes de finalmente responder: "Vamos, o carro está pronto."
"Certo."
Enquanto me dirigia à porta, ele me lembrou: "Está frio lá fora. Pegue algo mais quente para vestir. Se a casa não for bem aquecida, você vai sentir falta do calor."
Fiquei surpresa por um momento com a preocupação, mas logo sorri: "Está bem."
Voltei ao quarto e peguei um casaco de penas. Além disso, levei também um cobertor antes de me preparar para subir no carro.
Ajeitei o cobertor sobre os joelhos de Nilton e, com um sorriso nos lábios, disse: "Vamos, Sr. Lopes."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...