Eu achei estranho. Afinal, havíamos convivido por apenas um dia. Como ele poderia estar tão agitado?
Provavelmente, era efeito do álcool. Não me demorei nesse pensamento.
Então, suavemente, dei-lhe um tapinha nas costas e expliquei: "Sr. Lopes, sobre o que aconteceu anteriormente..."
Nilton, ainda inclinado sobre mim, usou os braços para se erguer. Ele me encarou com seriedade, seu olhar fixo no meio da minha testa. Por um instante, a tristeza em seus olhos desvaneceu.
Mas foi breve. Num piscar de olhos, a frieza tomou conta novamente, acompanhada de um toque de decepção e solidão.
"Desculpe." - Sua voz era fria, destituída de qualquer traço de gentileza. Ele se afastou de mim, movendo-se para o lado e deixando o peso do seu corpo cair no chão.
Ele se deixou cair no chão, com as pernas esticadas e elegantes, seu corpo não exalava mais a autoridade de antes, mas sim uma nuvem de desolação que não conseguia se dissipar.
Na minha memória, Nilton sempre foi como um deus da guerra - maduro, imponente, frio, orgulhoso. Suas limitações nunca apagaram essa imagem. Mas agora, diante de mim, ele parecia um homem derrotado, com uma vulnerabilidade que nunca imaginei ver.
Ele ignorava completamente o ambiente ou os olhares que poderia atrair. Apenas sentava ali, inerte, sem sinal de se mover ou reagir.
Eu não sabia o que dizer naquele cenário silencioso e estranho.
"Então..."
"Você..."
Começamos a falar ao mesmo tempo. Rapidamente, fechei a boca, permitindo que ele continuasse.
Nilton hesitou por um instante, antes de perguntar: "Você a viu?"
Eu inclinei a cabeça, tentando entender a quem ele se referia...
Sem pressa, Nilton pegou uma garrafa de vinho ao acaso.
Seus dedos deslizavam sobre o vidro enquanto sua voz, rouca e baixa, soava: "Como você descobriu o segredo da estátua?"
Aguentando a dor, olhei para ele sem entender.
A garganta de Nilton se moveu, e ele parecia ansioso: "O que ela disse para você?"
Não fazia sentido para mim que ele se importasse tanto, considerando nossa falta de proximidade no passado.
Talvez fosse empatia pela minha situação? Ou algo mais profundo?
"Ela disse que estava presa dentro da estátua, incapaz de sair. Que ninguém sabia de sua existência e que ela queria ser libertada... Sr. Lopes, lembro que a esposa de Nelson se chamava Marlene, certo? Acha que a mulher dentro da estátua poderia ser ela?"
Nilton fechou os olhos, como se lutasse para aceitar essa realidade. Quando finalmente falou, sua voz soou como um sussurro: "Sim."
Aproveitei o momento para expressar minha indignação: "Que lamentável! Transformar alguém em uma estátua e colocá-la na entrada de uma nova casa após a morte? Quem poderia odiá-la tanto para fazer algo assim? É desumano!"
Até agora, minhas suspeitas recaiam sobre Mirella, mas sem nenhuma prova concreta. Este novo começo não era apenas sobre minha própria morte. Eu também precisava descobrir os verdadeiros motivos por trás das ações de Mirella.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...