Assim que Marta notou a marca de nascença avermelhada entre minhas sobrancelhas, ela parou subitamente, como se o tempo tivesse congelado: "Você... Quem é você? É tão parecida, é impressionante."
"Meu nome é Janaína Rocha, senhora. A senhora me conhece?"
"Não, é que você se parece tanto com a minha jovem senhora que me enganei. Peço desculpas."
Sorri gentilmente para ela: "Sério? Somos tão parecidas assim?"
"Sim, parece que foram feitas no mesmo molde, especialmente os olhos e as sobrancelhas. A única diferença é essa pinta vermelha entre elas."
Marta suspirou profundamente: "Desculpe, eu realmente me confundi. Pensei que fosse ela... Ah, seria maravilhoso se ela voltasse."
"Não tem problema. Aconteceu algo com ela?"
"Ah, é uma história longa... Ela é a querida neta da minha chefe. A sua vovó sente muita falta dela..." - Marta, sem perceber, acabou revelando mais do que pretendia, exatamente como eu esperava.
Meu sorriso cresceu, como quem não queria nada: "Será que posso visitá-la no lugar de sua neta? Afinal, estou um pouco entediada, e talvez conversar com alguém me ajude a passar o tempo."
A expressão dela se transformou em preocupação:"A senhorita se machucou?"
Levantei a manga do braço, revelando a cicatriz: "Quase morri."
No olhar atônito dela, eu já havia atravessado a porta.
Ao encarar minha avó deitada naquela cama de hospital, senti meu coração bater tão forte que parecia querer escapar do peito. Eu queria correr para abraçá-la.
Queria dizer a ela que sobrevivi, que voltei a ter um corpo.
"Vovó, não precisa mais se preocupar comigo"
Mas a razão gritava mais alto. Eu não podia ser imprudente. Minha verdadeira identidade precisava continuar em segredo.
Nem mesmo Marta, leal à minha avó, podia saber.
Engoli meus sentimentos e, com um semblante sereno, perguntei: "Senhora, o que aconteceu com a velha senhora?"
"Foi por conta da idade... Ela caiu, bateu a cabeça. Agora, não consegue mais se mover." - Marta respondeu com um olhar pesado de tristeza.
"Mas e você, tão jovem... Como pode ter chegado a algo tão extremo?"
Aquele ferimento não deixava dúvidas: era uma tentativa de suicídio.
Dei de ombros com um sorriso leve: "Eu estava enfrentando muitas dificuldades. Mas, depois de 'morrer' uma vez, aprendi a enxergar as coisas de outra forma."
O mundo valia a pena.
Eu sorri, absorvendo suas reprimendas, até que Marta percebeu o quanto havia falado:
"Desculpe, você se parece tanto com a Srta. Marlene que acabei me empolgando."
"Não tem problema, senhora. Ouvi tudo que disse, e prometo não tentar algo tão drástico novamente."
"Isso é o que importa. Cuide-se."
Acenei afirmativamente: "Senhora, estou com sede. Há alguma fruta disponível?"
"Claro! Espere um pouco, vou pegar."
Marta selecionou algumas frutas e foi até a pia para lavá-las.
Nosso diálogo chamou a atenção de minha avó, e, ao me aproximar de sua cama, notei seus olhos fixos em mim.
Inclinei-me devagar, sussurrando ao seu ouvido: "Vovó, não tenha medo. Sou eu, Marlene. Eu voltei."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...