Aquela face parecia alguns anos mais jovem que a minha, irradiando a inocência de uma estudante do ensino médio.
Mas, já que ela estava prestes a se casar, certamente já havia alcançado a idade legal, embora ainda tivesse uma aparência juvenil.
Não sabia se foi devido à tentativa de suicídio pelos pulsos, mas o rosto dela parecia bastante abatido e frágil.
Não era surpresa que Nilton me olhasse de forma estranha.
Afinal, ele estava se casando com uma garota que poderia passar por uma sobrinha. Qualquer pessoa acharia isso fora do comum, não é?
Eu, por outro lado, estava bastante satisfeita com aquele rosto. Primeiro, porque se parecia comigo, e segundo, porque me permitia ver o meu antigo eu.
A maior amargura da minha vida era ter dedicado os melhores anos da minha juventude a Nelson, aquele homem desprezível!
Refletindo sobre a minha curta existência, percebi que havia dedicado quase toda a minha vida a ele.
Mesmo depois de ser ferida de todas as formas, eu me agarrava àquela dita "amizade" sem jamais querer soltar.
Hoje, vejo que fui uma tola naquela época.
Agora que o destino me deu uma nova chance, com certeza viverei esta vida em todo o seu esplendor!
"Janaína, está com fome? Eu preparei especialmente seu prato favorito." - A voz gentil da minha mãe ecoou da porta.
Sorri levemente para a jovem no espelho.
'Janaína, eu viverei bem a sua vida.'
Senti o amor maternal que me faltou por tantos anos vindo de Bianca Coelho, e aceitei com gosto o caldo que ela havia preparado para mim.
"Com calma, querida, por que essa pressa? Não se engasgue. Se gostar, posso fazer todos os dias."
Meu coração apertou um pouco, pois, o que eu mais queria era a comida feita por minha mãe durante a doença e a febre que me prendiam à cama.
Mas ela sempre preferiu estar ao lado de Mirella, e até me acusou de fingir estar doente para chamar sua atenção.
Por isso, mesmo após um aborto espontâneo, não contei nada a ela. Eu já estava acostumada a uma vida solitária.
Lágrimas surgiram em meus olhos com aquele cuidado repentino.
Especialmente aquele pequeno ponto de vermelho entre as sobrancelhas, que tornava o rosto ainda mais encantador.
Nilton chegou às sete e quarenta, e, no momento em que abri a porta e ele me viu, percebi um claro brilho de admiração em seu olhar.
Sorri para Ivan e disse: "Deixe que eu mesma faça isso. É algo com o qual preciso me acostumar, afinal."
Ivan deu um passo atrás, permitindo que eu empurrasse a cadeira de rodas.
Quando chegamos ao estacionamento, e Ivan e o motorista se preparavam para ajudar Nilton a entrar no carro, uma voz familiar soou atrás de mim: "Tio Nilton."
Ao ouvir aquela voz, meu semblante esfriou de imediato.
Segurei firme a cadeira de rodas, rangendo os dentes internamente ao pronunciar aquele nome.
Era ele, Nelson!
Eu não esperava encontrá-lo tão cedo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...