Fernando analisou Nadia dos pés à cabeça e, em seguida, fez uma expressão estranha, como se quisesse dizer algo, mas hesitasse.
O que veio depois, Nadia ouviu sem ser vista ao retornar do banheiro.
"Olavo, o que você tem na cabeça? Eu estava tão animado e você aparece com essa mulher desinteressante. Você está fazendo jus ao seu rosto?"
"Além de pouco atraente, parece maltrapilha. Aposto que esse casaco velho que ela está usando não vale nem cem reais."
"Não me importa. Termine com ela agora. Se eu tiver que olhar para ela mais uma vez, não vou conseguir nem comer!"
Olavo cortou o bife no prato e empurrou-o para o lugar de Nadia, lançando um olhar gélido: "Se não consegue comer, a saída está logo atrás de você."
Natália também saiu em defesa de Nadia: "Fernando, você só sabe criticar e chamar as mulheres de feias, mas olhe para você. Também não é nenhum modelo de beleza. Vai se encarar no espelho!"
Fernando ficou calado, acostumado como estava ao costume de trocas de insultos entre amigos. No entanto, não pôde evitar se sentir furioso. Pegou sua bolsa e caminhou apressadamente em direção à porta. Contudo, ao dobrar a esquina, deu de cara com Nadia, que permanecia impassível.
Não foi só ele, mas os outros também a perceberam.
Fernando engoliu em seco, com o rosto perdendo a cor. Sem dizer nada, afastou-se rapidamente.
A atmosfera ao redor da mesa ficou um pouco pesada, mas Natália, sempre animada como um passarinho falante, continuou a tagarelar, lançando olhares repletos de admiração para Olavo e Adriano. Nadia, no entanto, se arrependeu profundamente.
Ela jamais deveria ter vindo.
Lembrou-se do que sua avó sempre dizia desde pequena: seja sensata, aprenda a entender as entrelinhas e não confunda gentileza com afeição genuína.
Era verdade. Natália e Olavo a convidaram para comer apenas por educação, mas ela levou a sério.
Aquela mistura de constrangimento e vergonha fez Nadia desejar poder desaparecer naquele instante.
Ela mal tocou na comida e, na volta, foi Olavo quem a levou de carro até a faculdade.
Foi a primeira vez que Nadia percebeu que estudantes universitários também podiam dirigir.
Antes de se despedirem, Olavo lhe disse a primeira coisa naquele dia: "Não leve a sério o que ele disse. Ele não fez por mal."
Nadia o olhou, intrigada, demorando alguns instantes para entender que ele estava defendendo seu amigo próximo, Fernando.
Fernando, sorridente: [Desculpem, pessoal, vocês são solteiros, mas eu tenho um encontro hoje à noite!]
Natália, animada, sugeriu que ele adicionasse a namorada ao grupo, mas Fernando rebateu: [Não precisa. Amanhã talvez ela já deixe de ser. Não vale a pena adicionar ao grupo.]
Isso desencadeou uma grande sessão de críticas.
Enquanto assistia à conversa agitada, Nadia achou tudo muito barulhento. Selecionou a opção 'silenciar' e, de vez em quando, voltava para ler as mensagens anteriores. Queria ver se Olavo diria algo.
Finalmente, apareceu uma mensagem dele:
[Que seja, então vamos nos reunir no bar perto da entrada da faculdade. Hoje eu pago.]
O grupo explodiu em comemoração.
Pouco depois, Olavo a mencionou: [Venha também. Vamos lá juntos depois da aula.]
O coração de Nadia disparou como um tambor. Sem pensar duas vezes, respondeu prontamente com um [Ok].
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...