Destino Cruzado, Não Soltar! romance Capítulo 38

Felipe percebeu sua própria falta de controle, num instante, conteve o sorriso, retomando sua expressão fria.

"Mentira tem perna curta, é bom evitar."

"Eu não estou mentindo, é verdade..."

Ela tentava se explicar com fervor, mas Felipe virou-se e saiu caminhando.

Ele não acreditava em uma palavra do que ela dizia, essa menina era ardilosa, dizia uma coisa e pensava outra!

Chegando ao hospital, fizeram primeiro o exame de sangue, depois a ultrassonografia.

O feto de três meses já estava formado, e pela tela do ultrassom podiam-se ver a cabeça, o corpo, as mãozinhas e pezinhos.

"O bebê está ótimo, muito saudável," disse o médico com um sorriso.

Os olhos escuros de Felipe brilharam levemente, como se o gelo neles tivesse derretido.

Ângela Alves deu uma olhada rápida e logo desviou o olhar.

Ela tinha medo, medo de que, se olhasse por muito tempo, não conseguiria deixá-los, não queria se separar deles.

Ao sair do hospital e entrar no carro, não pôde resistir e espiou novamente a imagem da ultrassonografia nas mãos de Felipe.

"Sr. Martins, você vai cuidar bem do nosso filho, não vai deixar ninguém maltratá-lo, certo?"

Sua voz era suave e baixa, como um sussurro.

Felipe franziu a testa. "Você está preocupada com o quê?"

Ela engoliu em seco, elevando um pouco a voz.

As mulheres podem ser frágeis, mas quando se tornam mães, tornam-se fortes. Pelos filhos, não se pode hesitar nas palavras que precisam ser ditas.

"É claro que estou preocupada com o tratamento que uma madrasta poderia dar a eles. Quão raro é encontrar uma madrasta que trate bem seus enteados? Ainda mais em famílias ricas, onde os interesses estão sempre em jogo."

Ela fez uma pausa, torcendo o lábio. "No futuro, você terá muitos filhos, e certamente terá preferências pelos filhos das mulheres que ama, enquanto os filhos das que não gosta serão negligenciados e ignorados. Como podem sobreviver crianças não amadas, se nem o amparo da mãe têm?"

Essas palavras atingiram Felipe em cheio, pois ele era aquele que não era amado, que desde pequeno nunca sentiu o amor paterno, nem sequer via o pai com frequência.

Essa questão era como uma sombra que o envolvia, que ainda não havia se dissipado.

Ela forçou um sorriso exagerado, "Desde que o Sr. Martins cuide bem das crianças, estarei tranquila. Quanto ao resto, vou me dedicar ao trabalho, lutar com afinco, para não deixar preocupações para o chefe."

Felipe ficou sem reação, a testa ainda mais franzida.

Essa mulher, o que era ela na vida passada, uma ervilha atiradora? Como podia disparar palavras tão facilmente?

O silêncio tomou conta do carro.

Para evitar serem vistos, Ângela Alves saiu do carro uma parada antes do Edifício GM.

Ela não esperava que, mesmo no elevador, encontraria Felipe novamente.

Era um destino irônico e inescapável!

Mas havia outra pessoa com ele, era Tina.

Ela havia ficado mais de uma hora na entrada do prédio, esperando para interceptá-lo.

Ao ver Ângela Alves, Tina não escondeu seu desdém com um grunhido: "Ouvi dizer que você contratou Elton para um comercial. Não estaria planejando tornar a relação pública, estaria? Eu estava preocupada que você pudesse seduzir Felipe, mas vejo que quer ser a cunhada dele!"