Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1939

Catarina olhou para Matheus, surpresa. “Achei que eu fosse pagar.”

Sua expressão era calorosa e cavalheiresca. “É nossa primeira refeição juntos. Como poderia deixar uma dama pagar?”

“Mas...”, ela hesitou, prestes a insistir, mas Matheus a interrompeu com um sorriso. “Da próxima vez, você paga. Que tal?”

Ele sabia muito bem que alguém como Catarina jamais tentaria se aproveitar dele.

Como era de se esperar, ela sorriu e concordou: “Tudo bem, da próxima vez, é por minha conta.”

“Perfeito.” Matheus concordou com a cabeça.

Aquela promessa lhe dava mais uma oportunidade de se aproximar dela. Catarina, no entanto, não interpretou o gesto da mesma forma. Talvez por conta da boa impressão inicial, não guardava qualquer reserva quanto a ele.

Os dois foram juntos à ópera. Matheus, na verdade, não tinha o menor interesse, mas manteve isso para si e ficou sentado calmamente ao lado dela.

Quando o espetáculo terminou, já eram dez da noite.

Catarina agora considerava Matheus um amigo, então não conseguiu evitar contar a ele o que André havia dito na noite anterior.

Como homem, ele entendeu imediatamente as intenções de André. Franziu a testa. “Não deixe ele te manipular.”

“Hã? Como assim?”, ela perguntou, confusa.

“Ele está tentando te culpar”, disse Matheus, com um tom sério. “Está jogando toda a responsabilidade do divórcio em cima de você. Esse cara é manipulador demais.”

Matheus tinha certeza de que André havia se interessado por Catarina e, mais cedo ou mais tarde, tentaria se aproximar. A ideia o incomodava profundamente.

Com a dívida que o sufocava, não havia a menor chance de competir com um homem como André. Ele tinha experiência em negócios, conexões familiares coisas que Matheus jamais teria.

“Nem tinha pensado por esse lado até você falar”, murmurou Catarina. “Passei a noite toda pensando nisso. Não consigo parar de me sentir culpada. Como se eu tivesse sido a responsável pelo fim do casamento deles.”

“Você é boa demais, e ele está se aproveitando disso”, disse Matheus.

Catarina ergueu o olhar para o céu completamente escuro. “As pessoas realmente são imprevisíveis.”

“É”, respondeu Catarina com um leve aceno.

A verdade era que, durante os anos em que viveu no exterior, Catarina sempre foi cuidadosamente protegida.

Seus pais impunham regras rígidas. Ela precisava estar em casa às nove da noite e era terminantemente proibida de participar de festas ou encontros noturnos.

Agora que estava de volta, queria se libertar dessas amarras e descobrir o que havia perdido durante tanto tempo.

Deu um gole em um copo de licor delicadamente misturado. Tinha um leve toque adocicado, com quase nada de álcool. O sabor era agradável.

“Isso está uma delícia.”

“Se gostou, bebe mais um pouco”, incentivou Matheus.

Apesar de as bebidas não serem fortes, o consumo excessivo ainda podia fazer efeito, especialmente em alguém como Catarina.