Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1935

André não esperava que Catarina tomasse partido de Matheus tão facilmente.

Num instante, a imagem que ele tinha cuidadosamente construído diante dela desmoronou em pó.

Não havia mais motivo para ficar ali. Recompondo-se, ele ofereceu um sorriso leve. “De jeito nenhum, senhora Rainsworth. Foi só uma pergunta passageira”, disse descontraído. “A festa parece estar acabando, e tenho outros assuntos para resolver. Vou me retirar.”

Sem esperar resposta, virou-se e se afastou, sua saída foi rápida e silenciosa.

Lá fora, Miranda o alcançou.

“André, como foi?”, perguntou, um pouco sem fôlego.

Ele expirou com força. “Não foi nada bem. Alguém me sabotou.”

Os olhos de Miranda se arregalaram. “Quem? Quem se atreve a atrapalhar seus negócios?”

“O irmão da Cecilia”, murmurou André, e então fez uma pausa. “Miranda, nem tente mais. A Catarina sabe que sou casado. Ela provavelmente acha que estou tentando enganá-la para um relacionamento. Não tem mais salvação.”

Depois de falar, André entrou no carro e fechou a porta atrás de si.

Miranda ficou parada no lugar, fervendo de raiva. Batia o pé com frustração. “Aquele maldit* do Matheus!”

Dentro do carro, André mal tinha se acomodado quando seu celular vibrou. Ele olhou para a tela. Era uma mensagem da esposa: “André, quando você vai chegar em casa hoje à noite?”

A mensagem vinha acompanhada de um sticker de um gatinho de olhos arregalados, fofo e esperançoso.

Naquele momento, o rosto delicado da esposa surgiu involuntariamente em sua mente.

Seu olhar escureceu, e as pupilas se contraíram enquanto ele apertava o colar do leilão na mão.

Após um longo momento, finalmente digitou uma resposta: “Estarei de volta em breve.”

Depois de enviar a mensagem, André foi tomado por uma onda inexplicável de culpa e medo.

Porque hoje, pela primeira vez, ele viu a escuridão dentro de si mesmo.

Não havia dúvidas em sua mente: ele amava sua esposa.

Em todos os anos juntos, o amor dela nunca vacilou. Ele sabia que ela sempre o amou. E, de algum jeito, esse amor só tinha crescido com o tempo.

Mas ele não podia mais negar. Seu próprio coração não era mais tão firme quanto antes.

Trabalhar e lutar sozinho se tornou uma tortura silenciosa. Às vezes, André não podia deixar de invejar quem tinha parceiros fortes e capazes, casamentos em que a família do cônjuge dava apoio.

E havia mais uma coisa. Ele desejava ter um filho.

Quando André chegou em casa naquela noite, Simone ainda estava acordada. Sem hesitar, ela se levantou para recebê-lo, pegando o casaco dele com a facilidade de quem já fez isso centenas de vezes.

“Você deve estar exausto”, disse suavemente. “Chegando tão tarde de novo...”

André não falou nada. Em vez disso, tirou o colar do bolso e entregou a ela. “Para você”, disse.

Simone piscou, surpresa. Olhou para a joia delicada e depois para o rosto dele.

“Para mim? Mas... por quê?” Havia surpresa na expressão, mas por baixo, uma confusão silenciosa.

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