Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1762

O tempo passava devagar, cada segundo mais insuportável que o anterior.

Ela não tinha mais ninguém a quem recorrer. Só no dia seguinte conseguiu finalmente falar com Nicholas.

No começo, achou que Nicholas não viria. Mas ele veio.

Assim que o viu, Cassandra ajeitou rapidamente o cabelo bagunçado, fazendo o possível para parecer apresentável.

Sentou-se diante dele, os olhos cheios de carinho enquanto o encarava. “Nicholas, obrigada por vir me ver”, disse ela suavemente.

Mas Nicholas permaneceu impassível. Sua expressão era fria, distante.

“Não precisa me agradecer. Vim aqui pra te dizer uma coisa.”

Cassandra franziu a testa levemente. “O quê?”

Nicholas perguntou: “Você lembra como foi humilhada naquela época?”

Memórias que Cassandra havia enterrado há muito tempo voltaram como uma enxurrada, pesadelos que ela tentara desesperadamente esquecer.

Seu rosto empalideceu. “Nicholas... do que você tá falando?”

Nicholas recostou-se na cadeira, com um ar de despreocupação. “Fui eu que armei tudo.”

As palavras dele atingiram Cassandra como um raio.

A incredulidade tomou conta de seu rosto enquanto o encarava. Não era à toa que ela nunca conseguira descobrir o culpado. Fora ele o tempo todo.

Era como se o sangue tivesse gelado em suas veias. Ela bateu as mãos na mesa, a voz tremendo de indignação. “Por quê? O que eu te fiz?”

Cassandra sempre fora implacável, com a mãe biológica, a mãe adotiva, com todo mundo. Mas nunca tinha prejudicado Nicholas.

Não conseguia acreditar que ele faria isso com ela.

Nicholas a encarou sem um pingo de culpa, a voz tão indiferente quanto sempre. “Você me passou a perna primeiro.”

“Quê?”, a confusão de Cassandra aumentou. “Como eu te passei a perna?”

Quando ele se virou pra sair, o pânico tomou conta de Cassandra. Ela se levantou num salto, agarrando o braço dele com desespero. “Nicholas, não vai embora! Você sabe o quanto eu te amo? Neste mundo, você é o único que eu nunca suportaria machucar. Por favor, não me deixa... não me machuca mais. E a Daniela?”

Nicholas soltou os dedos dela devagar, a expressão indecifrável, o tom carregado de frieza. “Mas eu te odeio de verdade.”

Com essas palavras de despedida, ele se virou e foi embora, sua figura sumindo da vista de Cassandra.

Ela ficou paralisada. Mesmo quando os guardas a levaram, permaneceu atordoada, incapaz de processar a realidade cruel.

A pessoa que ela mais prezava a descartara sem hesitação.

Só de pensar nisso, uma dor aguda atravessou seu peito, não era só coração partido ou raiva, mas um medo inquietante rastejando em suas veias.

“Eu preciso sair daqui”, murmurou ela, a voz quase inaudível.

Mas ninguém mais ia mimá-la. Ninguém ia correr pra salvá-la.

O tempo passou, e quando a primeira luz da manhã rastejou pra dentro, uma ideia de repente surgiu na mente de Cassandra.