“Abigail Zapata Monterrey”
Como é que o Martim ainda pensava naquela mulherzinha? Sinceramente, eu não a conheci, mas por tudo o que eu ouvi e tudo o que ela fez com ele, ela não merecia nem o esforço dele pensar na existência dela, quanto mais ainda pagar um detetive para encontrá-la. Mas aí estava a verdade, eu estava me iludindo, porque se ele me amasse, como o Emiliano e a Nat falaram, ele não estaria procurando essa mulherzinha. Eu precisava colocar os pés no chão, nosso acordo era temporário e tinha prazo para acabar.
Eu passei o resto da tarde trancada em minha sala, não estava com humor pra falar com ninguém. E eu não estava com cabeça para falar da Lanoy e dos planos de vingança do Martim. Então, apenas enviei uma mensagem ao Tony avisando que não conseguiríamos nos encontrar com ele e ele disse que voltaria na semana seguinte.
Eu me dediquei a terminar a minha parte da proposta do hotel SPA e isso ocupou a minha cabeça, me fazendo esquecer o Martim por um tempo. E eu mal tinha terminado a minha parte da proposta quando o Martim e o Emiliano entraram juntos na sala.
- Abi, o que você acha de irmos beber alguma coisa? – O Emiliano sugeriu.
- Ah, não, Emiliano, não me pede pra suportar a Câmisinha hoje não! – Eu reclamei, mas por nada no mundo eu iria aguentar a Camila essa noite. E ele começou a rir.
- Eu te disse que ela devia estar uma fera. – O Emiliano falou com o Martim como se eu nem estivesse ali.
- É o que parece. Mas eu sei como resolver isso. – O Martim respondeu e colocou o celular sobre a minha mesa. Na tela brilhava o nome “Porfírio Detetive” e a chamada logo foi atendida.
- Sr. Monterrey, em que posso ajudá-lo? – O homem perguntou do outro lado da linha.
- Sr. Porfírio, eu estou ligando para dispensar o seu trabalho e lhe agradecer por toda a dedicação. – O Martim falava olhando diretamente para mim.
- Mas, Sr. Monterrey, o senhor tem certeza? – O homem insistiu.
- Absoluta, Sr. Porfírio. E não precisa me enviar nenhum relatório. Apenas me envie o valor dos seus honorários e eu providenciarei o pagamento. – O Martim confirmou.
- Mas tem certeza? Logo agora que eu descobri... – O homem parecia não concordar muito com a decisão.
- Sim, senhor, eu tenho certeza, essa mulher já não me importa em nada e eu não desejo mais encontrá-la. – O Martim garantiu.
- Tudo bem, o senhor é quem sabe. Não quer nem o relatório? – O detetive insistiu mais uma vez.
- Nem o relatório. Somente o valor dos seus honorários e eu agradeço muito por toda a sua dedicação. – O Martim decidiu e, após se despedir, encerrou a chamada, ainda me encarando.
- O que foi isso? – Eu perguntei.
- Isso fui eu decidindo o que importa na minha vida. – Ele respondeu.
- E essa mulher não te importa mais? – Eu insisti.
- Nem um pouco! – Ele confirmou com aquele sorrisinho confiante. – Só tem uma mulher que importa pra mim, Abigail, e no momento ela está muito brava comigo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...