“Martim Monterrey”
Mais uma vez a Abigail e eu saímos de casa sem passar pela cozinha, mas pelo que ouvimos, meus irmãos não haviam esquecido os acontecimentos da noite anterior e o Enrico já havia entrado.
Eu estava com muito trabalho no escritório, passei a manhã inteira trancado em minha sala terminando a proposta do hotel SPA nas montanhas que nós apresentaríamos na terça pela manhã e precisava estar tudo perfeito, nós não poderíamos perder mais um cliente.
Foi apenas quando a Abigail entrou em minha sala que eu me dei conta que já tinha perdido o horário do almoço.
- Muito trabalho, ursinho? – Ela perguntou ao se aproximar da minha mesa.
- A proposta do hotel SPA, vamos apresentar na segunda. – Eu falei e ela colocou um saco de papel em minha frente.
- Pare um pouco e coma. – Ela falou e se sentou em minha frente. Ela havia providenciado o meu almoço e isso foi um detalhe muito atencioso da parte dela. Eu sorri e abri o saco, sentindo o cheiro bom do que tinha lá dentro.
- Quando você quer, insuportável, você é uma gracinha! – Eu impliquei com ela que sorriu.
-Martim, eu vou cuidar dessa proposta pessoalmente, não esquece de colocar no pen drive e não deixar nenhuma cópia no computador. E, o Tony pediu para passarmos no apart depois do trabalho, ele tem um retorno sobre aquele caso. – Ela avisou.
- Já? – Eu fiquei surpreso.
- Pois é, já. O Tony é muito competente. – Ela comentou e nós ficamos conversando um pouco enquanto eu comia.
Eu já havia terminado quando o telefone chamou e a Maria Luiza anunciou que eu tinha uma visita. Eu mandei que entrasse e só então notei os olhos da Abigail sobre mim.
- Você ainda paga esse detetive? – Ela estreitou os olhos.
- Ele ainda não encontrou a Alice. – Eu respondi.
- Isso ainda é importante? – Ela questionou e eu não sabia o que responder, pois eu nem sabia mais se realmente importava. – Olha, eu entendo que você queira dar uma lição no Maurice e se vingar da Mônica, por todos os clientes que eles roubaram, mas a tal Alice?
- Eu não sei o que te dizer, Abi. Essa mulher, o que ela fez comigo... eu só... eu ainda não sei se posso deixar pra lá. – Eu respondi, me sentindo um pouco confuso e sentindo que isso havia chateado a Abigail de alguma maneira.
- Certo. – Foi tudo o que ela disse antes de me dar as costas.
- Onde você vai? – Eu perguntei.
- Trabalhar. – Ela respondeu e quando abriu a porta o detetive estava prestes a bater.
- Abi... – Mas ela não me ouviu, pois ao mesmo tempo o detetive bradava animado que havia encontrado. – Sente-se, Sr. Porfírio.
- Sr. Monterrey, encontrei a moça! Foi muito difícil, um ano procurando por ela, mas eu finalmente a encontrei. – O detetive se vangloriava.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...