“Abigail Zapata Monterrey”
Eu estava rindo da gracinha que o Martim fez e olhando para ele, pensando se ele estava só me fazendo rir ou se estava me fazendo uma promessa, eu abri a porta mais por um ato mecânico, mas eu ainda estava presa nos olhos brincalhões dele.
- Ah, mas se eu soubesse que você ficaria tão feliz em me receber eu teria vindo antes, Abigail! – Eu ouvi a voz da Magda e o meu sorriso se fechou imediatamente. Eu simplesmente bati a porta na cara dela, por mim, que fosse embora. E o Martim riu ainda mais.
- Coelhinha, você realmente bateu a porta na cara da inconveniente? – O Martim tinha um sorriso lindo quando ele sorria assim, tão leve e despreocupado, parecia que ele sorria até com os olhos.
- Ah! Bati? Nem percebi! – Dei de ombros e ele esticou a mão e girou a maçaneta, abrindo a porta.
Eu virei e vi de pé em minha frente a chata da Magda, o filhinho idiota dela e o Tony. Eu não estava muito feliz com o Tony por me fazer receber essa mulher e achava bom que essa visitinha não se estendesse por mais tempo do que o estritamente necessário.
- Boa noite, querida! – A Magda sorriu, um sorriso tão falso quanto foi ela me chamar de querida.
- Boa noite, golpista geriátrica! – Eu respondi impaciente, mas ver a Magda espumando de raiva fez o meu humor melhorar um pouquinho. Talvez eu pudesse me divertir provocando essa mulherzinha.
- Não seja desagradável, Abigail! Nós somos família! Vamos no mínimo nos comportar com civilidade. – A Magda estava me repreendendo? Ah, mas eu tinha até dó! Eu ia fazer essa mulher sair da minha casa correndo como o diabo foge da cruz!
- Oi? Família? Querida, felizmente você não é nada minha! Você é só uma mancha na biografia do meu pai e se bobear eu ainda te apago com um mata borrão! – Eu revirei os olhos.
- Olha aqui, Abigail, não vem achando que vai colocar essas asinhas de fora só porque o seu pai morreu. – Ela ergueu o dedo e falou em tom de ameaça.
- Olha só, “noiva do chuck”, baixa a bola! Aqui é a minha casa e você só está aqui porque o meu pai teve um surto psicótico quando fez aquele testamento e você está achando divertido vir aqui perturbar a minha paz. Mas, escuta bem, você não é bem vinda, você não é minha convidada, você não é nem aquela visita chata que a gente se sente na obrigação de tratar bem porque é educado. Você é apenas uma intrusa, uma coceira indesejável. Então você vai até entrar, vai observar na primeira fila a minha felicidade, mas vai levantar o seu acampamento daqui bem rapidinho, não pense vai ficar me incomodando por muito tempo, porque não vai mesmo! – Quando eu terminei de falar eu estava até sem fôlego e com a garganta arranhando, mas eu tinha que dar o meu recado para aquela cobra platinada.
- Olha a Abigail, toda sincerona! – O idiota do Enrico riu e eu nem suportava a cara daquele imbecil.
- Não ri não, alecrim dourado, o recado serve para você também! – Eu o encarei e ele segurou o riso e fez um gesto com as mãos para cima como se recuasse. – Você é bem vindo, Tony!
O Tony estava tentando esconder sua diversão. Ele abriu caminho entre os dois desnecessários e chegou até a porta para me abraçar.
- Querida, o casamento te fez bem! – O Tony observou o meu rosto com um sorriso sugestivo.
- Isso é porque o meu marido sabe cuidar de mim, Tony. – Eu sorri pra ele e dei uma olhada de rabo de olho para o Martim, que não escondia a sua diversão com a cena que se desenrolava na porta.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...