“Martim Monterrey”
Eu me senti um pouco vulnerável com a Abigail ali dentro da minha casa, como se ela estivesse analisando a minha intimidade. Ela olhava por todos os lados e pela expressão ela gostava do que via. Mas ela era uma ótima arquiteta, certamente estava avaliando a casa.
Depois que comprei o imóvel eu o reformei inteiro e eu mesmo cuidei de cada detalhe. Gastei um bom dinheiro nessa casa e eu estava cogitando vendê-la para investir nas ações da Lanoy. Mas aí a insuportável cai no meu colo com a proposta do marido de mentirinha. Era uma ótima oportunidade, mas eu só não sabia se nós conseguiríamos chegar ao final do contrato sem nos matar.
Eu tomei um banho e quando voltei para a sala a Abigail estava olhando pela janela, compenetrada nos próprios pensamentos. Ela era uma mulher bonita. Insuportável, mas bonita. Porém, mesmo sendo insuportável, eu reconhecia que ela tinha mais caráter e personalidade do que a Camila. Então eu achava que o Emiliano estava sendo um grande a**o por não notá-la e se amarrar na Camila.
- Gostou da vista? – Chamei a sua atenção e ela me respondeu antes de se virar.
- Esse lugar é incrível! Só falta uma coisa. – Então ela se virou.
- Pronto, lá vem a arquiteta com críticas. – Eu me aproximei dela.
- Ah, não, a arquitetura e a decoração, seja lá quem fez, ficaram perfeitas! – Ela respondeu e eu senti uma pontada de orgulho pelo meu trabalho.
- Então o que falta, Abigail?
- Um cachorro! – Ela falou com olhos brilhantes.
- Um cachorro? – Eu achei graça. – Um cachorro dentro desta casa? Mas de jeito nenhum.
- Ele não precisa estar dentro, embora um cachorro seja um companheiro e não um objeto decorativo. Mas um cachorro faz toda a diferença, traria alegria e vida para esta casa. – Ela falou com os olhos brilhantes como uma criança e eu ri.
- Eu não tenho tempo pra um cachorro! – Respondi achando graça.
- Ah, não? E o que você faz quando não está no escritório que te ocupa tanto assim? – Ela me encarou.
- Não seja enxerida! Minha vida pessoal não é da sua conta. – Eu a encarei, mas ela não se intimidou, ergueu bem a cabeça e me encarou.
- Ah, não? Pois deixe-me lembrá-lo que nós estaremos casados dentro de poucos dias. Eu preciso saber o básico, Martim! – Ela estava certa.
- Vem comigo. – Saí caminhando em direção à cozinha e ela me seguiu, observando tudo. – Senta.
- Não me diga que você cozinha? – Ela sorriu.
- Nada como a sua lasanha, que eu reconheço, é a melhor que eu já comi, mas eu me viro. Faço uma ótima omelete. – Eu peguei a frigideira e depois os ingredientes na geladeira e comecei a preparar.
- Você está mesmo disposto a fazer isso, Martim? Ficar casado comigo por um ano? – Ele me encarou, esperando pela minha resposta.
- O que o seu amigo advogado falou? – Perguntei, pois o que iríamos fazer dependia totalmente daquele cara.
- Hum, ele vem na terça. Nós vamos almoçar com ele. – Ela já tinha marcado.
- Já marcou um compromisso sem nem me perguntar se eu estaria disponível? – Olhei pra ela que deu de ombros como se não fosse nada demais. – É como dizem, dê dinheiro, mas não dê liberdade!
- Acho melhor você dormir aqui hoje. Nós podemos contar algumas coisas um para o outro, e até tirar mais algumas fotos para a rede social. Amanhã passamos na sua casa e vamos juntos para o escritório. – Eu não achei que aquilo seria um problema, mas a dona encrenqueira tinha que reclamar.
- Ah, não, Martim! Eu estou louca pela minha cama. Eu quero ir pra casa. – Ela reclamou e eu revirei os olhos.
- Veja bem, Abigail, eu tenho oito quartos nessa casa, todos confortavelmente mobiliados, você pode dormir em qualquer um deles, inclusive no meu se preferir. – Eu a encarei e os olhos dela brilharam de pura maldade.
- Eu sabia! Está louquinho para colocar essas mãozonas cheias de dedos no meu corpinho! – Ela riu.
- Ai, meu deus! Está se achando, não é, mulher?! Pois eu acho que é você quem está louquinha pra colocar essas mãozinhas gananciosas em mim. Não pense que eu não notei na noite passada. – Eu a provoquei, mas estava mexendo em um terreno minado.
- Ah, meu caro, pois eu também notei muita coisa na noite passada. – Ela sugeriu e eu sabia do que ela estava falando. Era óbvio que ela tinha notado o meu estado excitado na noite anterior.
Eu me levantei bruscamente, virei a banqueta na qual ela estava sentada de frente pra mim e me encaixei entre suas pernas sem pedir permissão. Eu estava tão duro quanto na noite anterior. Ter viajado agarrado a ela que usava nada mais que um shortinho jeans e uma camiseta branca agarrada ao corpo, sentindo o cheiro da sua pele, não tinha ajudado muito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...