“Abigail Zapata”
Que beijo foi aquele, minha nossa! Deu um calor que me fez até esquecer que eu odiava o Martim e eu acabei o beijando de verdade. Eu começava a entender porque as mulheres se jogavam às pencas para cima dele, o homem era uma maravilha, só não podia abrir a boca.
Mas eu o beijei também porque estava chateada com Emiliano. Poxa, ele não precisava ficar esfregando na minha cara aquele noivado dele. E a Camila me irritava até por respirar perto de mim. Quando ela falou do beijo eu percebi que precisava me afastar ou eu perderia completamente a paciência com aquela criatura. E foi uma surpresa quando o Martim me puxou e me beijou. Eu só não esperava um beijo tão bom.
Nós saímos caminhando pela praia, ele estava com o braço na minha cintura, me segurando bem perto e sua mão escorregou para o meu traseiro e deu um apertão ali. Eu estava usando apenas um biquíni e a saída de praia, senti todo o calor da sua mão formigar ali. Ele me mantinha firme sob seu braço, impedindo a minha reação.
- Não reage, eles estão olhando. Eu só estou dando um pouco mais de veracidade para a nossa historinha. – O Martim sibilou e eu me mantive quieta.
- Você vai ficar me beijando e passando a mão em mim o tempo todo? – Eu perguntei achando graça. – Estou começando a pensar que você está tirando proveito da situação.
- Ih, insuportável, não viaja não, hein?! – Ele me olhou debochado. – Eu só estou cumprindo a minha parte no trato. A Camila está de olho, ela acha que eu já te levei pra cama e que a qualquer momento eu vou te deixar pra trás, então, eu tenho que convencer aquela megera de que você é diferente.
- Mas eu sou diferente! – Ele me olhou curioso. – Eu não fui pra cama com você e você ainda vai se casar comigo. – Eu falei com orgulho na voz.
- Sua convencida! – Ele deu um riso curto e nós caminhamos abraçados até a pedra.
Ele só me soltou quando chegamos lá em cima. Então ele forrou a toalha pra mim e eu me deitei. Na hora do almoço nós fomos para a cidade caminhando e encontramos o casal alegria aos beijos no restaurante.
A Camila me provocou o tempo inteiro e isso resultou no Martim me tocando e se esfregando em mim mais do que eu gostaria. O tempo todo as suas mãos grandes estavam esquentando a minha pele e eu perdi as contas de quantos beijos ele deu no meu ombro e atrás da minha orelha.
Nós demos uma volta pela cidade e, no fim da tarde, finalmente, nós estávamos indo embora daquele lugar. A viagem não era longa, mas o Martim me puxou bem para o lado dele no banco e passou o braço pelo meu ombro, fazendo um movimento delicado com os dedos no meu braço. Eu estava cansada e acabei pegando no sono, com a cabeça apoiada no ombro dele.
- Coelhinha, coelhinha, acorda! – Acordei com uma mão quente esfregando gentilmente o meu braço e quando olhei pra cima eu quase gritei, mas me lembrei a tempo de onde estávamos. – Chegamos!
Eu olhei pela janela e não reconheci o lugar, mas o Emiliano e a Camila estavam no banco da frente observando o desenrolar da cena no banco de trás.
- Não, Abigail, nós estamos invadindo! – E pronto ele estava de volta ao modo grosseirão de sempre. Parecia que o efeito que a brisa do mar havia feito nele já havia passado.
- Ei, calminha aí! Foi você quem me trouxe pra cá. – Eu reclamei.
- Tecnicamente foi o Emiliano. Mas o que você queria? Que fôssemos cada um pra um lado depois daquele circo? – Ele respondeu mal humorado.
- É melhor eu ir embora. – Falei e dei as costas para sair, mas ainda o vi passando as mãos nos cabelos e os puxando pra trás como se fosse arrancá-los.
- Espera, Abigail. Me desculpe, tá. É só que... – Ele pareceu pensar um pouco antes de falar. – Eu não costumo receber ninguém aqui. Só a minha família e o Emiliano.
- Entendo. Tudo bem, Martim, isso parece desconfortável pra você. Nós podemos almoçar juntos amanhã e resolver os detalhes. – Eu podia entender que ele me visse como uma intrusa ali, já que ele não estava acostumado com estranhos em sua casa.
- Não, nós precisamos chegar ao escritório em sintonia. Aliás, é melhor que cheguemos juntos. – Ele me encarou. – Olha, me dá um minuto só pra eu tomar um banho e a gente conversa. Pode ser? – Eu fiz que sim e ele saiu marchando escada acima.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...