“Martim Monterrey”
Eu estava me sentindo no topo do mundo, eu tinha tudo o que um homem poderia desejar e agora aguardava ansioso a chegada do meu filho ou filha. Eu acompanhei a Abigail a uma consulta médica antes de irmos para o escritório e felizmente estava tudo bem, mas antes de ir para o escritório eu decidi fazer uma brincadeira, já que a Abigail me contou que a Magda e a Pilar já sabiam, mas o Emiliano ainda não.
- O que você vai fazer, ursinho? – A Abigail me perguntou no carro.
- É uma paradinha rápida, coelhinha! – Eu insisti enquanto estacionava em frente a pequena loja de presentes perto do escritório.
- Ah, não, se você vai comprar um presente para o Emi, então nós vamos comprar para os outros também. – Ela protestou e eu ri.
- Não era isso, mas a idéia é boa. – Eu concordei. – Vem.
Eu a puxei para dentro da loja e para minha sorte já tinha até pronto o que eu queria. Eu comprei uma caneca escrito “adivinha quem vai ser papai?”, eu entraria na sala do Emiliano com ela e esperaria ele perceber, eu tinha certeza de que ele ficaria feliz com a notícia. Depois a Abigail me puxou para a loja de bebês ao lado e eu estava me recusando a entrar.
- Coelhinha, nós estamos atrasados. Depois nós vemos os presentes para os tios. – Eu insisti, mas ela bateu o pé.
- Agora, ursinho! – A Abigail me deu as costas e entrou, eu não tinha saída.
Quando nós entramos a vendedora abriu um sorriso mais do que grande e veio em nossa direção.
- Oi, a moça que estava aqui ontem não está? – A Abigail perguntou sem notar os olhos da vendedora sobre mim.
- Oi, querida! É a dona da loja, ela ainda não chegou. Mas pode ir olhando, eu te atendo em um minutinho. – A vendedora falou para a Abigail e se virou pra mim. – Oi, lindo, senti saudade!
A Abigail se virou para a vendedora com o olhar mortal e eu senti o desespero começar a surgir. Eu me esquivei da vendedora e parei atrás da Abigail, que encarava a vendedora com uma ferocidade, como se fosse morder.
- Isso foi em outros tempos, agora eu sou um homem casado e essa é a minha esposa. – Eu encarei a vendedora que estava confusa.
- Casado? Há oito meses atrás você já era casado? – A vendedora parecia irritada também.
- Não, pra sorte dele há oito meses ele estava solteiro, não era nem meu namorado ainda, mas agora ele está casado. Vamos, Martim, pra fora. – A Abigail me empurrou pra fora da loja e a vendedora ficou com a cara de quem havia recebido uma péssima notícia.
- Coelhinha... – Eu tentei falar quando abri a porta do carro pra ela.
- Na rua não, Martim! – Eu fechei a porta e dei a volta, entrando e me sentando ao seu lado. – A vendedora da loja de bebês, Martim?
- Coelhinha, você sabe que antes de você eu tive um período conturbado. – Eu tentei explicar enquanto manobrava o carro indo em direção a construtora.
- Período conturbado? Martim, eu sei que você dormiu com metade da cidade, mas eu me pergunto o é o que você veio fazer numa loja de bebês! – Ela me olhou irritada.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...