“Vera Borges”
Eu já estava cansada de ouvir a Alice reclamar de tudo desde que voltou, como se estarmos nessa situação não fosse culpa dela. Até parece que estava vivendo como uma princesa.
- Mamãe, não dá para morar naquele lugar! Você precisa convencer o meu tio a arrumar uma casa decente pra gente. – A Alice estava novamente reclamando do apartamento que nós estávamos morando no prédio do bordel.
- Alice, eu já te expliquei, nós moramos lá porque precisamos vigiar as meninas e é melhor você parar de falar e reclamar ou o seu tio vai se irritar. – Eu respondi já sem paciência de explicar a mesma coisa pela décima vez só hoje.
- Mamãe, mas você é irmã dele, é um absurdo que a gente more naquele lugar enquanto ele tem uma mansão inteira só pra ele.
A Alice tinha razão, o meu irmão era um cretino inclusive com a família e foi por isso que eu bolei um plano perfeito para deixar aquela vidinha medíocre para trás, mas a própria Alice colocou tudo a perder.
- Quer saber, Alice, porque você não agrada o seu tio? Seja gentil com ele, quem sabe ele te leva para a mansão. – Eu sugeri, sabendo bem que meu irmão andava olhando demais para ela desde que ela voltou.
- Ai, mamãe, credo! Que falta de paciência. – Ela estalou a língua e torceu o nariz, um péssimo hábito que ela tinha, e eu tive vontade de abrir a boca dela e arrancar aquela língua irritante. – O que nós estamos fazendo aqui?
- Enquanto você vivia seu romance barato por aí, eu trabalhei e pensei, coloquei em prática um plano para me vingar daqueles dois cachorros que nos tiraram tudo. – Eu respondi. – Anda, vem comigo. Luiz, você pode esperar.
Eu saí do carro e fui em direção ao prédio, cumprimentei o porteiro e disse que estava ali para fazer uma visita a Camila Fernandes. O Porteiro me disse que ela não estava. Eu resolvi tentar o celular, mas estava desligado. Que estranho! Ela sabia que eu chegaria.
- Senhor, ela sabia que eu viria visitá-la e eu não estou conseguindo falar com ela pelo celular, por acaso ele deixou algum recado? – Eu perguntei e ele me avaliou.
- Ela deixou um recado, não sei se é para a senhora. Qual o seu nome? – Ele perguntou e eu pensei por um momento, se ela tivesse deixado um recado para mim, não seria no meu nome, porque ela não sabia o meu nome.
- Rainha de copas. É uma brincadeira nossa. – Eu sorri vendo o estranhamento do porteiro.
- Então o recado é para a senhora. – Ele pegou um envelope e me entregou. – Ela também deixou a sua entrada liberada.
Eu olhei para ele, achando bem estranho aquilo. Onde essa puta tinha se metido? Eu agradeci e abri o envelope, dentro havia apenas as chaves do apartamento.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...