“Pilar Monterrey”
Eu fiquei olhando para o Emiliano sem saber o que dizer. Eu comecei a ficar apavorada, já estava pensando que ele nunca mais tocaria em mim, eu tinha perdido a minha chance. Mas de repente ele decidiu por mim.
- Eu já tenho a minha resposta! – Ele falou olhando pra mim.
Ele esfregou as mãos no rosto nervosamente, tirou da sua mala um jeans e uma camiseta e se vestiu, calçou um par de tênis, pegou a carteira e o celular, tudo muito rápido, eu mal conseguia acompanhar, ele parecia aflito, com pressa. Ele foi até a porta do quarto e antes de sair, mas sem se virar para mim ele deu a ordem:
- Se troca! Rápido! – Ele saiu e fechou a porta.
Eu fui até a porta e o escutei batendo repetidamente na porta do quarto do Martim e da Abigail até ser atendido. Colei o meu ouvido na porta e prestei atenção ao que ele falava.
- O que foi, Emiliano? Eu estou ocupado. – O meu irmão respondeu meio irritado, parecia que o Emiliano tinha interrompido algo importante.
- Me dá as chaves do carro, Martim! – O Emiliano exigiu sem dar explicações.
- Sem chance, essa viagem tem um propósito. – O Martim respondeu parecendo divertido.
- É, eu já sei. Agora me dá a chave. – O Emiliano voltou a exigir, mas houve um silêncio e depois ele bufou. Eu abri só um pouquinho a porta para ver o que estava acontecendo.
- Ursinho, dá a chave pra ele. – A Abi falou, parecia estar junto à porta também.
- Nos vemos amanhã. – O Emiliano pegou as chaves e se virou de volta para o quarto onde eu estava.
Eu corri e peguei um vestido leve, vesti por cima do babydoll mesmo, bem depressa, porque o homem já estava com raiva, se eu o atrasasse ele teria um faniquito. Mas eu nem sabia pra quê ele estava atrasado, eu só concluí pela pressa com que ele mudou o rumo das coisas entre nós. E aí ele bateu na porta.
- Está pronta, Pilar? – Ele perguntou no momento em que eu calçava uma rasteirinha e pegava a minha bolsa, precaução mesmo, caso esse louco me deixasse jogada na beira da estrada, eu pelo menos teria um cartão e um telefone para poder voltar pra casa.
Eu abri a porta e ele estava de pé junto à porta de saída, a Abigail estava debruçada sobre o balcão da cozinha com uma expressão impassível e o meu irmão parecia confuso demais.
- O que aconteceu, Emiliano? – O Martim perguntou, já não se aguentando mais.
- Deixa que eu falo com ele, Emi. – A Abigail respondeu, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, coisa que nem eu sabia.
- Vamos, Pilar! – O Emiliano abriu a porta e esperou que eu passasse.
Eu achei melhor não discutir, ele já estava à beira de um colapso nervoso. Eu saí da casa e entrei no carro. Ele entrou ao meu lado e deu a partida, quando já estava na estrada eu me atrevi a abrir a boca.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...