“Tomás Monterrey”
Eu precisava de um conselho de alguém que conhecesse bem a Magda e pensei que seria o Emiliano. Aquela mulher era um mistério pra mim. Chegou lá na casa do Martim e da Abigail toda cheia de frescura com aquele filho irritante, mas aceitou todas as coisas que nós fizemos e no fim das contas parecia até muito tranquila, brigava, mas fazia o que pedíamos, estava cumprindo todas as regras direitinho, até que o Enrico fez a palhaçada de aparecer por lá com a Letícia. E foi no mesmo dia em que eu a levei no bar. Ela era uma boa companhia e nos últimos dias eu tinha passado um bom tempo com ela, que já nem parecia mais tão madame assim.
Eu estava na recepção da construtora conversando com a estagiária, uma mocinha cheia de sorrisos e jogadas de cabelo, quando uma pilar irritada e com o cabelo um pouco desalinhado chegou e logo atrás dela o Emiliano parecendo meio constrangido. Eu olhei de um para o outro e eu até cheguei a duvidar, mas eu conhecia bem a minha irmã e melhor ainda essa expressão de quem estava fazendo algo que não devia.
- Não tem trabalho naquela agência não? – A Pilar falou toda irritadinha e expulsou a estagiária da recepção.
- Tem e tem bastante, mas eu sou o dono, não é irmãzinha, posso sair na hora que me der na telha. – Eu respondi e ela fez uma careta.
Eu me aproximei do Emiliano e o cumprimentei e resolvi brincar com os dois, porque afinal eu não era de ferro. Cruzei os braços e encarei o Emiliano.
- Quem vai me explicar o que o batom da minha irmã está fazendo no seu colarinho, Emiliano? – Eu perguntei absolutamente sério.
- O ba... humhum... o batom da sua irmã? – O Emiliano não sabia o que me responder e eu tive que fazer um grande esforço para continuar sério.
- É, biscoitinho, explica para o meu irmão porque o meu batom está na sua camisa! – A Pilar se virou para o Emiliano como se o estivesse desafiando e ele passou a mão na testa nervoso.
- Vocês dois estavam se pegando no seu escritório? – Eu estreitei os olhos para ele que ficou ainda mais nervoso.
- É... Tom... o batom... – Ele estava gaguejando e ficou pálido.
- Emiliano, você estava agarrando a minha irmã no seu escritório? – Eu o encarava, ele parecia não saber o que fazer. – Vem cá, vocês não aprenderam que onde se ganha o pão não se come a carne?
- Tom, vamos almoçar e eu te explico tudo. – O Emiliano estava tentando ganhar tempo.
- Não, não, eu quero saber agora! – Eu o pressionei mais.
- Vai contar, biscoitinho, ou quer que eu conte? – A Pilar pressionou um pouco mais.
- O que acontece com a família Monterrey, hein?! Quer saber, Tomás, sim, eu estava agarrando a sua irmã no meu escritório e estava muito bom até você ligar e nos atrapalhar. E vou agarrá-la de novo, em qualquer lugar e vocês se acostumem com isso, porque nós vamos ficar juntos. É isso! – O Emiliano soltou as palavras se enchendo de coragem e me encarou.
- Vão ficar juntos? Ainda não estão? – Eu olhei para os dois.
- O biscoitinho quer terminar com a traidora oficialmente, Tom. – A Pilar o encarava como se quisesse arrancar as vísceras dele.
- Pipa, me entende, por favor? – Ele se aproximou da minha irmã. – Só mais uns dias.
- Ai, tá bom, Emiliano, agora vai, sai daqui logo. – Ela não estava gostando desse assunto de mais uns dias. Coitado do Emiliano!
- Vamos, Tom, eu te conto o que está acontecendo durante o almoço. – O Emiliano chamou e nós fomos caminhando em direção a um restaurante que tinha por ali por perto.
- Minha irmã, Emiliano? A mais espevitada ainda por cima? – Eu comecei a rir quando chegamos à rua.
- Essa bruxinha abusada me enfeitiçou, Tomás! Desculpe, mas não deu para resistir. – O Emiliano parecia envergonhado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...