“Pilar Monterrey”
Meu coração quase saiu pela boca quando o Emiliano me chamou na sala dele, eu tinha certeza que ele me colocaria na rua. Só faltava a Camila ter conseguido enrolar esse bobão. Mas eu não ia abaixar a minha cabeça para ele, se ele pensava que eu era o tipo frágil e que ficava chorando pelos cantos, ele estava muito enganado!
Eu entrei naquela sala disposta a atazanar a vida dele, nem que fosse pela última vez. Eu reparei a caixa aberta sobre a mesa e o cartão sobre ela. Sua expressão era indecifrável, mas quando ele mandou eu trancar a porta e ir até ele, sua voz me fez estremecer e deixou claro que ele não estava para brincadeiras e não aceitaria interrupções. Talvez eu devesse me comportar, mas eu nunca me comportei, não seria agora.
Então eu me aproximei, bem pertinho, mostrando para ele o estrago que a namoradinha dele tinha feito em meu rosto, aquilo estava horrível, então que ele olhasse o que eu tive que aguentar por causa dele. E ele me surpreendeu, tocou o meu rosto com tanta delicadeza que eu até agradeceria a Câmisinha pela surra que ela me deu, só por ele ter me tocado assim. E as minhas pernas tremeram quando ele disse que queria me beijar, eu realmente não esperava por isso.
Eu senti como se o meu coração derretesse e um formigamento se espalhasse pelo meu corpo e um turbilhão se agitou no meu estômago. Eu queria que ele me beijasse, queria muito, principalmente esse beijo que ele estava provocando, que eu não precisei me jogar sobre ele, esse beijo que a iniciativa partiu dele, eu ansiava por isso.
Em cada parte do meu corpo que ele tocou eu senti como se queimasse, como se ele deixasse um rastro de fogo que me fazia ansiar por mais, mais um toque, mais um beijo, mais uma palavra sussurrada no ouvido. Eu queria suas mãos quentes sobre a minha pele diretamente, sem nenhuma barreira e eu senti algo derreter no meu sexo. Como um homem podia me deixar assim com um único beijo?
Ele começou aquele beijo com cuidado e a medida que foi explorando a minha boca a sua mão escorregou da minha cintura, lentamente, como se fosse recebendo permissão para avançar cada centímetro até a minha bunda e apertar o meu quadril contra o dele.
Eu enfiei as minhas mãos sob o seu paletó e senti seu calor atreves do algodão fino da camisa, eu tateei, como se o seu corpo fosse um livro escrito em braile, eu senti cada músculo com as pontas dos meus dedos, desde o seu peito até a linha da sua cintura.
Eu gemi quando ele apertou a minha bunda mais uma vez, me fazendo sentir a sua dureza, e ele engoliu o meu gemido com o seu beijo faminto, sua língua desesperada pela minha e suas mãos me mantendo presa ao seu corpo enquanto exploravam o meu. Era profano e celestial ao mesmo tempo.
- Biscoitinho, acho que o seu celular está no seu bolso. – Eu brinquei quando nossas bocas se desgrudaram por um momento unicamente pela necessidade de respirar e ele dava um beijo no meu queixo. Ele deu uma risada que reverberou dentro do meu peito.
- Isso não é o meu celular, bruxinha! – Ele espalhou pequenos beijos delicados pelo meu rosto até chegar ao meu ouvido.
- Isso é uma parte de mim que não consegue esconder que você me deixa louco. – Ele mordeu a ponta da minha orelha depois de falar.
- Eu gosto dessa parte! – Eu brinquei e ele riu outra vez.
- É claro que você gosta, sua bruxinha abusada! – Ele me abraçou forte. – Mas nós ainda não estamos prontos para isso. Nós precisamos conversar, Pipa.
- Puxa, eu estava tão empolgada que você ia finalmente roubar a minha inocência! – Eu brinquei e ele gargalhou, jogando a cabeça para trás, o seu peito vibrando junto ao meu.
- Nós vamos falar sobre isso também. – Ele falou enquanto examinava o meu rosto outra vez. – Eu sinto muito por isso. – Ele passou o dedo levemente sobre o meu olho roxo de novo.
- Ah, biscoitinho, mas eu não sinto nem um pouquinho. Se eu soubesse que era isso que eu precisava fazer pra você me beijar assim, ah, eu já teria feito a Camila me bater há muito tempo.
- Você é impossível, não é? – Ele me olhou como se me avaliasse. – Vai me deixar louco, eu sei que vai, e mesmo assim eu quero você, muito mais do que eu deveria.
- Fale mais sobre isso, sobre você me querer. – Eu pedi e dei um beijo na linha da sua mandíbula.
- Você gosta de saber que me tem nas mãos, não é?! – Ele riu. – Vem, vamos nos sentar, precisamos conversar.
- Não podemos beijar e deixar a conversa pra depois? – Eu pedi, eu queria sentir mais todas aquelas sensações formigantes que eu sentia quando ele me tocava e me beijava.
- Podemos fazer os dois. – Ele sugeriu e me puxou para o sofá.
O Emiliano se sentou e me puxou para me sentar ao seu lado, mas ele não estava lidando com qualquer uma, claro que eu não sentaria ao lado dele, não depois dele me beijar daquele jeito e estando a porta trancada. Eu precisei subir a saia do meu vestido, que era muito justo, quase até a metade do quadril, então eu apoiei um joelho ao lado dele no sofá.
- Sua bruxinha abusada! – Ele olhava para mim com os olhos brilhando e segurou a minha cintura para me ajudar a me sentar em seu colo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...