“Pilar Monterrey”
Eu entrei na cozinha e o Martim estava encarando o Emiliano, enquanto a Abigail assistia a cena. Eu até imaginava qual era o tema da conversa. Enquanto o Emiliano tomava banho, eu mandei uma mensagem para a Abigail, contando sobre a confusão no quarto e pedindo para fazermos uma brincadeirinha com ele.
Claro que eu ia desfazer o engano, afinal nós apenas dormimos na mesma cama, não aconteceu absolutamente nada, até porque ele já estava quase inconsciente quando nós nos deitamos. Mas antes eu o deixaria pensar um pouco sobre se casar comigo. Ai, quem me dera!
- Pilar, vem aqui! – O Martim falou e eu fui até eles de cabeça baixa. – Você não tem mesmo responsabilidade, Pilar. Não sabe se comportar...
- Não, Martim! – O Emiliano entrou na minha frente, prontinho para me defender. – Não fala assim com ela, a culpa foi minha e só minha.
- Emi... – Eu segurei os seus braços fortes e ele se virou para me abraçar.
- Fica calma, vai dar tudo certo, eu vou resolver isso. – Ele afagou o meu cabelo. – Martim, aconteceu. Já foi! Agora eu vou me casar com ela, não há o que discutir.
- Ah, olha, está me enfrentando. Que corajoso! – O Martim cruzou os braços a frente do peito. Ele estava levando isso à sério. – Você percebe que condenou os dois a uma vida infeliz? Por que até onde eu sei, vocês dois não se gostam. E eu até poderia ficar muito feliz com esse casamento, desde que eu soubesse que você vai fazer a minha irmã feliz.
- Eu gosto dela, Martim! – O Emiliano respondeu em alto e bom som e com uma segurança admirável. – Gosto, não queria, mas gosto. Ela é pouco mais que uma menina, mas aconteceu e eu gosto dela. Sim a bebida me deu coragem, eu passei dos limites, mas eu gosto dela, mais do que devia.
Estávamos o Martim, a Abigail e eu olhando para o Emiliano, completamente abobalhados. Eu congelei, sentia uma alegria revirar dentro de mim e o sorriso tomou conta do meu rosto. Mas foi só por um breve e fugaz momento, porque eu me lembrei que ele só confessou isso porque pensou que dormiu comigo e ele ficaria furioso quando descobrisse que eu estava brincando com ele, mas eu não imaginei que as coisas fossem chegar tão longe.
- Então quer dizer que toda aquela preocupação com o Mário era ciúme afinal? – O Martim insistiu e o Emiliano confirmou.
- E já tinha acontecido alguma coisa entre vocês? – O Martim estava pressionando demais.
- Chega, Martim! – Eu olhei para ele e saí do abraço do Emiliano. Por mais que eu quisesse ficar lá, eu precisava acabar com essa brincadeira que tinha saído do meu controle.
- Pipa, vai para o escritório com a Abi, eu vou conversar com o Martim e explicar as coisas. – O Emiliano falou com a voz doce.
- Emiliano, você não vai explicar nada, porque não tem o que explicar. Nós apenas dormimos na mesma cama, não aconteceu nada. Infelizmente! – Eu confessei e ele me olhou espantado.
- O que você está dizendo? – O Emiliano me encarou descrente. – Pipa, não precisa ter medo, vai dar tudo certo.
- Emiliano, você é lindo, o melhor e mais bem intencionado homem do mundo. Mas nós não nos tocamos essa noite. Você bebeu demais e eu só dormi na mesma cama porque fiquei preocupada de que você pudesse precisar de ajuda. Mas não aconteceu nada. E você acordou todo confuso e eu apenas fiz uma brincadeira e pedia a Abi e ao Martim para me ajudarem a pregar uma peça em você, mas... – Eu tentava explicar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...