“Emiliano Quintana”
Essa situação no meu apartamento não ia acabar bem. A Pilar era uma menina e o Martim a colocou nisso. A Camila, essa já era mulher feita, mas era ainda mais imatura que a Pilar. Eu eu, estava tão cheio de raiva da Camila, que poderia até me esquecer que a Pilar era uma menina. Isso tinha o potencial de uma bomba nuclear.
Quando eu senti as mãos da Pilar nos meus ombros, foi como se eu sentisse um pulso de energia começando ali e se espalhando pelo meu corpo. Aquilo era bom e por um segundo eu fechei os olhos, mas aí a explosão aconteceu, a Camila entrou aos gritos no instante em que a Pilar beijou o meu rosto e o escândalo estava armado.
- O que eu estou fazendo aqui, Emiliano? O que ela está fazendo aqui? – A Camila me encarou e apontou para a Pilar que tinha aquele sorrisinho maldoso naquela boca cor de rosa.
- Camila, a Pilar veio me ajudar a pegar um trabalho, mas eu estou muito estressado e ela me ofereceu uma massagem antes de voltarmos para o escritório, nada demais. – Eu estava nervoso, aquela massagem da Pilar era demais sim, totalmente demais.
- Massagem, Emiliano?! – A Camila estava furiosa e eu até acharia engraçado, se fosse antes de descobrir a traidora que ela era.
- Ih, Câmisinha, calma aí! Eu sempre faço massagem no Emi, não é Emi?! – A Pilar se aproximou com a taça de vinho nos lábios e passou o braço no meu.
- Sua fedelha! Eu vou te ensinar... – A Camila já estava com as mãos esticadas para pegar a Pilar e as duas se engalfinhariam ali no meio da minha sala, isso eu não poderia permitir.
- AGORA CHEGA, CAMILA! – Eu gritei e as duas se assustaram. – Chega! Camila, eu vim buscar uns projetos e estou voltando para o escritório. A Pilar veio me ajudar. Agora você, eu não sei o que está fazendo aqui.
- Emiliano, eu vim ficar com você! – A Camila respondeu como se estivesse magoada, mas eu não cairia mais nisso.
- Eu disse que vou para a sua casa hoje. Então você vai e vai me esperar lá. – Eu fui ríspido, não estava suportando mais olhar pra ela. – Vai, Camila!
- Emiliano, você está me colocando pra fora? – Ela me olhou deixando clara toda a sua insatisfação e a sua mágoa.
- Estou querendo que você entenda, Camila, que não pode fazer o que te dá na telha! – Eu a alertei. – Nós combinamos que eu iria para a sua casa hoje, então você me espera lá. – Minha voz era ríspida e não deixava espaço para questionamentos.
- Está bem, Emiliano, eu vou te esperar na minha casa, vamos ver se você me convence que não tinha nada demais acontecendo aqui. – A Camila se virou para sair.
- Camila! – Eu chamei e ela se virou. – Me dá as chaves... – Ela arregalou os olhos, mas eu não a deixaria sair dali com as chaves do meu apartamento. – Pra você não cair em tentação outra vez e conseguir me esperar na sua casa... e se você se comportar eu devolvo as Chaves. – Mas isso nunca aconteceria, assim como eu não iria colocar os pés na casa dela.
- Emiliano...?! – Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas eu sabia que eram lágrimas de crocodilo, então eu estiquei a mão. Ela não teve escolha, pousou a chave na palma da minha mão e saiu.
- Tchau, Câmisinha! Vou mandar o Emi pra você bem relaxado! – A Pilar gritou quando a Camila estava chegando à porta e deu um adeusinho quando a Camila se virou para encará-la com uma fúria latente.
Assim que a Camila saiu, eu fui até a porta e a fechei. Quando voltei a Pilar estava parada no mesmo lugar, com aquele cabelo perfeitamente desarrumado caindo em camadas nas laterais do seu rosto, a camisa um pouco aberta e tomando o último gole de vinho que tinha naquela taça. Eu passei e tirei a taça das suas mãos sem dizer nada. Ela apenas deu uma risadinha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...