“Nikolaos Nomikos”
Eu estava sentado ali naquele café há uns quinze minutos. Ela estava atrasada e ela nunca se atrasava, isso só podia significar que tinha acontecido alguma coisa. Eu já estava prestes a me levantar e ir embora quando a porta se abriu e ela entrou apressada.
- Sr. Nikos, desculpa a demora, mas é que aconteceram muitas coisas e eu esperei para trazer todas as novidades para o senhor. – A Sofia falou e eu sorri, essa moça era muito inteligente, principalmente quando se fazia de burra.
- Aquele palhaço do meu genro continua tentando te levar pra cama? – Eu perguntei e chamei a garçonete. – O de sempre? – Ela fez que sim e eu pedi seu macchiato grande.
- Ai, o Maurice é incansável! Um tipinho detestável, Sr. Nikos, ser secretária dele é o tipo de coisa que eu não desejo pra ninguém! Como a Cassandra, tão bacana e esperta, foi se meter com aquele homem? – A Sofia perguntou e eu ri.
- Ah, querida, isso foi culpa minha, criei a Cassandra com a certeza de que ela pode ter tudo o que quiser e ela quis esse palhaço. – Eu lamentava a escolha de marido da minha filha, o Maurice era o tipo de homem que não possuía nenhuma qualidade.
- Eu sinto muito, ela merecia alguém melhor. E aquele idiota merecia a bandidinha que está passando informações da Monterrey Quintana pra ele. Está escrito na testa dela, Sr. Nikos, ‘bandida’. – A Sofia indicou a própria testa com o dedo e eu tive que rir.
- Me conta o que aconteceu por lá hoje. – Eu pedi e a Sofia começou a falar.
A Sofia me contou sobre os pedidos de auditoria em várias obras, sobre a equipe de auditores que já chegou por lá e sobre a visitinha daquela mocinha que ela chamava de bandida. Eu fiquei pensando porque a mocinha Abigail não me levou à sério, talvez não ter me revelado pra ela tenha sido um erro.
- Sofia, já que a bandida entregou o projeto pra ele, imagino que ele já tenha marcado alguma reunião. – Eu quis saber.
- Então, Sr. Niko, ele falou pra bandida que tem que conferir o projeto primeiro, pra não passar outro carão como passou com o tal Mário. Ele disse que vai passar o projeto para o concorrente e lançar antes do Mário, assim o projeto da Monterrey Quintana vai parecer plágio do da Lanoy. – A Sofia explicou.
- Então ele não entrou em contato com ninguém? – Eu perguntei.
- Não, porque logo chegaram os auditores e depois o Sr. Gonçalo, que estava muito nervoso, e depois as duas ligações e o e-mail dos outros clientes pedindo a auditoria. – Ela explicou.
- Ele nem desconfia que você colocou uma escuta na sala dele? – Eu achava tão engraçado, logo o Maurice que se achava tão esperto sendo passado para trás por uma jovem com aspecto tão angelical.
- Não e também não tem idéia de que eu acesso o computador dele através do meu. – Ela sorriu. – Mas, Sr. Niko, quanto tempo eu ainda tenho que ficar lá?
- Ah, querida, pelo que você está me contando, não vai ser por muito tempo não. Continue se fazendo de boba, deixa ele se iludir pensando que vai te seduzir. Tenha calma, você sabe que de lá você vai direto para a minha empresa. – Eu a garanti.
Eu estava muito satisfeito com o meu acordo com a Sofia, ela era uma jovem talentosa e extremamente fiel a mim. A mãe dela foi uma funcionária muito valiosa e quando faleceu, eu assumi a responsabilidade das despesas com a garota, que foi morar com uma tia, minha esposa e eu a teríamos criado como filha, mas a tia e ela se davam muito bem. Eu a mandei para as melhores escolas e a visitava com frequência.
Quando a Cassandra se casou com aquele homem desprezível eu trouxe a Sofia de volta e dei um jeito de colocá-la dentro da Lanoy, para ser meus olhos e ouvidos naquele lugar. E ela não me decepcionou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...