“Letícia Oliveira”
O que eu ia fazer agora? Por que o gatinho tinha que sair da casa da Abigail? Agora ele estava sugerindo que eu o hospedasse na minha casa, ou melhor, no apartamento da Camila.
- Querida, eu não quero passar outra noite em hotel, eu acho tão impessoal. – O Enrico comentou.
Eu não entendia isso, ricos e suas manias! Eu adorava hotéis, bons hotéis, por mim moraria em um bem chique como os que ele me levou. Mas ele ficava nessa frescura de que era impessoal. Eu precisava convencê-lo, mas não sabia como. Eu não poderia levá-lo para a casa dos meus pais, minha mentira seria descoberta e a Camila já tinha me proibido de aparecer com ele no apartamento.
- Ai, gatinho, mas qual o problema? Hotéis são tão bons, tem serviço de quarto e um monte de mordomias. – Eu tentava convencê-lo. – Mas eu não gosto que você fique brigado com a sua família por minha causa. Você precisa procurar a Abigail e a sua mãe e se desculpar.
- Sabe o que é, gatinha, é que eu sou homem e homem tem que ter palavra. Eu falei para aquelas duas que eu só volto pra casa depois que elas se desculparem com você. – Ele repetiu, mas eu não estava nem aí para as desculpas delas.
Ele estava me defendendo e isso era até bonitinho, mas isso estava me custando muito e eu não estava conseguindo fazê-lo mudar de idéia. Eu não sabia mais o que fazer. Nós já havíamos passado o dia passeando por aí. O dia tinha sido bom.
Ele tinha acordado cedo, disse que precisava se reunir com o advogado para tomar providência em relação à pensão que ele pagava para a mãe, ele disse que iria diminuir a pensão dela para que ela aprendesse a lição. Eu fiquei bem bonita esparramada naquela cama confortável do hotel, depois tomei um banho de banheira e, quando ele voltou, nós saímos para almoçar e depois fomos passear por aí. Agora nós estávamos em um restaurante jantando. Era a vida a que eu queria!
Quem diria, aquela mulher me mandou de volta pra essa cidade para que eu conquistasse o Martim, um riquinho, gato, é verdade, mas eu encontrei coisa muito melhor, encontrei um herdeiro milionário que ia me dar a vida de luxo que eu sempre quis.
O problema seria quando ela descobrisse que as coisas por aqui não estavam saindo como ela queria. Aí a coisa ficaria feia, mas quando isso acontecesse, eu já teria me casado com o meu herdeiro e desaparecido daqui. Eu precisava era dar um jeito de me casar depressa.
- Eu não entendo, gatinha, por que você não pode me hospedar? – O Enrico me perguntou de novo.
- Enriquinho, é que a Camila e eu temos um acordo, nós não podemos hospedar homens no apartamento para não tirar a liberdade uma da outra. – Eu expliquei de novo, claro que eu não disse a ele que o apartamento era só da Camila, ele nunca descobriria onde eu realmente morava.
- Tá, tudo bem, mas vai me dizer que o Emiliano nunca passa a noite lá? – Ele perguntou e eu respondi sem me dar conta de onde ele queria chegar.
- Às vezes... – Eu dei de ombros.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...