“Abigail Zapata Monterrey”
A noite anterior tinha sido uma confusão, eu nunca pensei que fosse me livrar da Magda e do Enrico e no fim das contas, foi justamente o que o Emiliano disse que seria um problema é que foi a solução. Essa manhã, quando contamos para ele, ele ficou tão impressionado quanto todos nós.
Agora o Martim e o Emiliano estavam apresentando o projeto para o Mário, mas eu tinha certeza que esse contrato seria assinado, porque o projeto estava maravilhoso. Mas, mesmo assim, eu estava ansiosa, então resolvi sair do escritório um pouco e fazer um lanche ali perto.
- Pipa, vou ali no café fazer um lanche antes que a ansiedade me mate. Quer alguma coisa? – Eu parei na recepção para falar com a minha cunhada.
- Não, Abi, obrigada. – Ela me deu um adeusinho enquanto atendia a uma chamada.
Eu caminhei até o café da esquina, pedi um bolinho e um café e me sentei numa mesa perto da janela, distraída com o celular. Mas a minha paz foi interrompida.
- Com licença, Abigail? – O homem de pé ao meu lado perguntou e eu estreitei os olhos, eu tinha certeza de que não o conhecia.
- E você quem é? – Eu perguntei achando o sorriso dele grande demais.
- Posso me sentar com você? – Ele perguntou, mas antes que eu tivesse tempo de responder ele se sentou ao meu lado, perto demais.
Eu arrastei a minha cadeira um pouco para o lado, mas eu já estava encostada na vidraça e aquele homem estava praticamente debruçado sobre mim, com uma intimidade que eu não tinha dado a ele.
- Eu sou o Maurice Lanoy. Certamente você já ouviu falar de mim. – Ele continuava sorrindo.
- Nada de bom, com toda certeza. E agora que eu já tive o desprazer de te conhecer, você pode se retirar. – Eu respondi, mas o sujeito parecia ser o tipo encarnado, uma vez que gruda não solta.
- Ah, o que é isso, Abigail. Vamos conversar um pouco, eu tenho certeza de que nós podemos nos entender muito bem. – Ele passou o dedo indicador pelo meu braço e eu deu um pulo da cadeira.
- Eu não te dei essa intimidade, não, meu senhor! Eu sou uma mulher muito bem casada! E não estou interessada em conversar com o senhor. – Eu me levantei e tentei me afastar da mesa, mas o abusado segurou a minha mão com o maior atrevimento.
Eu puxei a minha mão da dele e saí dali depressa, deixando o meu bolinho e o meu café para trás. Voltei para o escritório irritada e quando passei pela recepção a Pilar me parou.
- Ei, Abi, está tudo bem? – Ela me olhou, talvez tenha percebido a minha irritação.
- Que nada, sabe quem me cercou ali no café? O tal Maurice Lanoy. Veio com um papinho muito estranho de que a gente poderia se entender. É um abusado, Pipa. – Eu falei ainda sentindo a gastura que aquele sujeito me deu.
- Abi, cuidado com o Maurice. Ele é dissimulado, traiçoeiro. Onde você o vir, se afasta. – A Pilar me falou em tom de advertência e eu senti que o homem era exatamente o que ela disse.
- Vou ficar atenta. Mas por que será que ele veio falar comigo? Ele me chamou pelo nome, como se me conhecesse. – Eu comentei com ela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...