Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 248

Estava concentrada em um relatório sobre as métricas de vendas do terceiro trimestre quando senti algo macio sendo colocado na minha cabeça. Olhei para cima e vi Bianca parada ao lado da minha mesa, com um sorriso travesso no rosto e as mãos nos quadris, claramente orgulhosa da sua travessura.

— Bianca, o que...? — comecei, levando a mão à cabeça e sentindo um tecido felpudo.

— Gorro de Natal — ela anunciou com toda a pompa, como se estivesse apresentando uma obra de arte. — Ficou perfeito em você.

Não consegui evitar rir da expressão satisfeita dela. Tirei o gorro e o examinei - era daqueles tradicionais, vermelho com pompom branco na ponta, provavelmente comprado em alguma loja de departamentos aqui perto.

— Não está um pouco cedo para isso? — perguntei, ainda rindo. — Estamos apenas em novembro.

— Anne, olha só lá fora! — disse com aquela animação contagiante que era marca registrada dela. — Londres inteira já está no clima natalino. Tem árvores iluminadas em cada esquina, as lojas estão todas decoradas, até os ônibus vermelhos têm guirlandas. Como você pode resistir a isso?

Ela estava certa. O hall da Bellucci havia sido transformado numa verdadeira instalação natalina. Havia uma árvore enorme no centro, decorada com luzes douradas e ornamentos elegantes que combinavam com a estética sofisticada da empresa. Guirlandas verdes com laços vermelhos adornavam as colunas, e até mesmo as recepcionistas estavam usando broches pequenos em formato de flocos de neve.

— Está bonito mesmo — admiti, colocando o gorro de volta na mesa. — Mas essa época me deixa um pouco melancólica.

Bianca franziu a testa e se recostou na beirada da minha mesa, assumindo aquela postura de quem estava pronta para uma conversa séria.

— Você é tipo o Grinch? — perguntou, meio de brincadeira, meio preocupada.

— O Grinch? — repeti, rindo do termo. — Não, não é isso. Eu gosto do Natal, na verdade. É só que... fica difícil entrar no clima quando você sabe que vai passar a data longe da família.

A expressão de Bianca se suavizou imediatamente, e pude ver a compreensão chegando aos olhos dela.

— Por que você não vai para o Brasil? — ela perguntou gentilmente. — Tenho certeza de que a empresa liberaria uns dias a mais, especialmente considerando como você tem se dedicado.

Suspirei, brincando com a caneta na minha mão enquanto tentava articular um sentimento que eu mesma às vezes não conseguia entender completamente.

— Eu meio que... tenho medo.

— Medo de voar?

— Não, não é isso — balancei a cabeça. Por mais que eu me lembrasse perfeitamente do medo durante meu último voo. — Tenho medo de que, ao reencontrar a família, ao voltar para aquele ambiente familiar e acolhedor, eu perca a coragem de retornar para Londres. Que eu acabe desistindo de tudo que construí aqui.

Bianca me olhou por alguns segundos, processando minhas palavras.

— Você tem medo de se sentir tão em casa no Brasil que Londres perca o sentido? — ela perguntou, demonstrando uma percepção que me impressionou.

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