Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 34

- Você está fo... – Ben olhou para o delegado. – Ferrada, Babi.

- Vou mesmo ficar presa? – perguntei ao delegado.

- Acho que precisa de um advogado, senhorita Novaes. Algum de vocês dois por acaso é ou pelo menos conhece um? – olhou para Ben e Daniel.

- Sou... Crítico de moda. – Ben explicou.

- E eu barman e motorista de aplicativo. – Daniel abaixou a cabeça.

- Ela precisa de um advogado, porra! – o delegado levantou. – Sinceramente, senhorita Novaes, eu já teria liberado a senhorita, com o que tenho de coisas pra resolver aqui. – Ele passou a mão na cabeça, visivelmente cansado. – Mas os Casanova acabariam com a minha raça.

O telefone na mesa dele tocou. Atendeu imediatamente. Ficou um tempo respondendo em monossílabos e desligou.

- Bem, temos boas notícias. A advogada ligou e disse que o senhor Casanova aceita as joias e retirará a queixa.

Não... Tudo menos isso. Ele disse que não era um homem ruim. E eu tive a capacidade de acreditar.

- Ok... – falei sentindo meu coração se partir.

Não tinha o que fazer. Era a única lembrança da minha mãe ou minha prisão, sem possibilidade de arrumar emprego novamente, pois ficaria marcada para sempre.

- Como ela faz para pagar? Entrega para o senhor Casanova? – Ben perguntou. – Caralho, com todo respeito, seu delegado, mas a porra do homem é um dos mais ricos do país e quer as joias antigas da minha pobre amiga? O que ele vai fazer com isso? Distribuir aos pobres? Adornar os pescoços dos cachorros dele? É tudo que Babi tem de recordação da mãe... E para ele é como se fossem centavos. Certamente vai jogar no lixo.

O delegado sentou:

- Pois bem, senhor Benício. – Ele olhou no relógio. – São exatamente 13 horas e o senhor Casanova está se dando ao trabalho de responder a um delegado do 15º distrito, que tem problemas com drogas, homicídios, latrocínios... Então, literalmente, ele quer “ferrar” com a vida da sua amiga aqui.

Os três me olharam.

- Estou com vontade de chorar. – Confessei.

- A advogada pegará as joias na sua casa amanhã, senhora Novaes. – Ele me deu o cartão. – Combine o melhor horário com ela.

- Posso ir? – perguntei.

- Sim. E ele vai retirar a queixa quando tomar posse das joias.

Assenti tristemente e saí, com Ben me puxando de encontro a ele e Daniel tentando me consolar, enquanto pegava minha mão.

Quando senti o ar livre da rua, comecei a chorar.

- Vai ficar tudo bem, Babi. – Ben limpou as lágrimas.

- Este idiota... Tem noção de que é tudo que eu tenho da minha mãe? Eu preferia ficar sem um rim... Juro.

- Heitor Casanova é um malvado... Mas confesso que é o meu malvado favorito.

- Está falando sério, Ben? – olhei para ele, perplexa.

- Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas você foi uma má menina quando riscou o carro dele. Já tem 27 anos. Tem que pensar que todo ato tem consequência.

- Ele foi horrível comigo.

- Fico pensando porque ele está se dando ao trabalho de fazer isso com Babi. – Daniel balançou a cabeça, confuso.

- Acham que eu não me arrependo do que eu fiz? Claro que me arrependo, porra. Mas o que é para ele os riscos no carro?

Salma veio me consolar depois. Tentou falar sobre o dono da Babilônia e o ocorrido comigo, mas eu pedi que não se mencionasse mais o nome dele dentro da nossa casa.

Alisei a barriga dela e fiquei ali, deitada no colo da minha melhor amiga, que me fez cafuné até eu pegar no sono.

No dia seguinte, exatamente nove horas da manhã, entreguei a caixa com todos os itens da minha mãe para a advogada. Eu poderia sim ficar com alguma coisa de recordação. Ele nem saberia. Mas iria contra os meus princípios. Aliás, nem sei se realmente aquilo pagava o estrago, já que eu estava com tanta raiva na hora, que risquei o carro tão forte que chegou a amassar a lataria.

Fiquei me lamentando por horas. No meio da tarde, Ben me fez tomar um banho e disse:

- Vamos sair. Chega disso.

- Eu não quero, Ben.

- Um sorvete... Só um sorvete. Eu pago.

- Vamos... O bebê quer sorvete. – Salma disse, da porta, sorrindo.

- Isso é jogo sujo, Salma. Sabe que eu vou se você está com desejo.

- Estou. – Ela confirmou.

Levantei e desci as escadas com eles. Quando chegamos do lado de fora fiquei pasma com o que vi. Salma disse:

- Isso não está acontecendo.

- Meu Deus! Respira, Babi... Respira.

- Eu vou matar Heitor Casanova. – gritei enquanto pulava de raiva.

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