“Heitor”
Samantha estava tão deslumbrante, tão radiante, que eu não enxergava mais ninguém, apenas ela em minha frente. Eu mal ouvia o que o padre e o juiz de paz diziam, pois eu não conseguia desgrudar meus olhos dela.
Eu tinha me metido na organização da cerimônia de casamento para incluir a avó entrando com as alianças e eu acertei em cheio. A emoção da minha noiva foi algo que valeu a pena ver. Eu sei o quanto a avó é importante para ela e sei que as duas têm um laço muito especial e já que usaríamos as alianças que foram dos avós dela, nada mais perfeito que a avó nos entregar as alianças ali no altar. E foi realmente muito bonito.
No momento em que o padre nos declarou casados e disse que eu poderia beijar a noiva, eu sorri triunfante, me virei para a minha esposa e a puxei pela cintura, lhe cobrindo a boca com a minha em um beijo repleto de amor.
Depois da cerimônia do casamento fomos para a recepção montada no gramado da casa de praia da Hebe. Haviam muitas pessoas ali e foi realmente cansativo cumprimentar e tirar fotos com todos. Mas estava tudo tão lindo e elegante. Haviam grandes mesas redondas espalhadas pelo gramado, rodeadas com cadeiras de madeira com braços. As mesas estavam forradas com toalhas brancas e no centro havia um arranjo das mesmas flores da cerimônia. Havia também um palco com uma pista de dança onde Samantha e eu dançamos a primeira música e depois dançamos com os familiares.
Depois de algum tempo na festa, puxei a Sam no canto, eu queria ficar sozinho com ela.
- Minha deusa. – Falei dando um beijo em seu pescoço. – Eu estou louco para tirar o seu vestido! – Samantha deu uma gargalhada.
- Você está querendo me tirar da nossa festa de casamento? – Samantha me provocou.
- Pra ser sincero, estou sim. – Continuei dando beijos em seu pescoço na tentativa de convencê-la.
- Por que você demorou tanto? – Samantha perguntou séria e eu parei de beijá-la para olhá-la.
- Acho que eu ouvi mal. – Falei meio confuso.
- Meu lindo, por mim nós já teríamos ido para a nossa lua de mel assim que a cerimônia acabou. Eu estou morrendo de curiosidade para ver a surpresa que você preparou pra mim. Eu só preciso jogar o buquê. – Samantha tinha expectativa no olhar.
- Que surpresa? – Perguntei bem sério e vi a expressão dela despencar.
- Está querendo me dizer que você, o rei do romantismo cafona, não preparou nada de especial para a nossa noite de núpcias? – Samantha se afastou e colocou as mãos na cintura.
- Não! – Fiquei sério olhando pra ela. – Eu deveria ter preparado alguma coisa?
- Quer saber, Heitor, não vou sair da festa, agora vou ficar aqui até o dia clarear. – Samantha saiu batendo o pé e eu sorri.
Essa mulher era voluntariosa. Fiquei olhando para ela se afastando de mim e comecei a rir. Meu casamento começou divertido. Quando ela chegou mais ou menos no meio da festa eu a alcancei e a puxei pelo braço, ela me olhou brava e eu ri, me abaixei a coloquei sobre os ombros, como um homem das cavernas e saí andando no meio dos convidados que gostaram da brincadeira e começaram a gargalhar.
Samantha batia os punhos fechados nas minhas costas, mas eu não a soltei, a mantive sobre meu ombro, segurando suas pernas junto ao meu peito.
Eu ficava com um pouco de medo sempre que via essa cena em um casamento, as mulheres se matariam para pegar um buquê de noiva. Era empurra daqui, empurra dali, puxa, estica, cai pra cá, cai pra lá, e no final o buquê ficava despedaçado e as mulheres brigadas umas com as outras. Só uma coisa foi diferente quando a Sam jogou o buquê, ele não se despedaçou.
- Quem pegou? – A Sam perguntou curiosa. – Deixa eu ver, Heitor.
Eu estava olhando curioso para quem pegou o buquê e pensando se a brincadeira tinha alguma verdade ou se era só um mito essa história de que quem pega o buquê é a próxima a se casar. Mas a Samantha estava aflita para ver quem havia pegado o buquê.
- Na verdade, acho que podemos dizer quem recebeu o buquê, pois ele caiu no colo de uma pessoa que não estava tentando pegá-lo. – Falei ainda com os olhos presos na cena.
- Deixa eu ver. – Samantha exigiu e ficou agitada.
Me virei, para que a Samantha pudesse ver que o buquê caiu no colo da minha mãe, que estava sentada em uma das mesas com o Álvaro e ele sorria satisfeito para ela, que retribuía o sorriso meio encabulada. Era como se eles compartilhassem um segredo com aquele buquê.
- Aaaiii! Que lindo! Minha sogra ficou com o meu buquê! – Samantha batia palmas como uma criança.
- Agora vamos, quero minha lua de mel! – Falei como um homem das cavernas e Samantha começou a rir. A irritação dela tinha passado.
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