Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 116

Eu estava tão chocada quanto ele. Embora eu tivesse 28 anos quando morri, minha experiência com Luke em situações reais se resumia a aquela única noite e aconteceu depois de termos bebido bastante.

Naquela noite, eu estava completamente bêbada, tudo era uma confusão na minha memória. Na manhã seguinte, acordei com dores no corpo inteiro, mas não conseguia me lembrar de como tinha sido naquele momento.

Isso, no entanto, era diferente. Eu sentia claramente o calor de um homem sobre mim pela primeira vez.

Sabia que os homens tendem a acordar com esse tipo de reação, mas tê-lo tão perto, com o calor do corpo dele pressionando contra mim, fez meu rosto ficar vermelhíssimo e meu coração bater descontroladamente.

Desconcertada, não sabia como reagir naquele momento.

Rapidamente tirei minha perna ao redor da cintura dele, mas, no meu pânico, meu joelho passou sobre o... dele.

Um gemido suave escapou dele: “Hmm.”

Os olhos de Carter se aprofundaram. Sua voz, baixa e rouca, roçou minha orelha. “Não se mexa.”

Levantei o olhar com cuidado. Sua maçã de Adão subiu e desceu enquanto ele engolia, sua mandíbula estava tensa, e sua expressão refletia paciência contida. Seus olhos meio fechados denunciavam o esforço que fazia para se controlar.

Nossos corpos ainda estavam colados, e a temperatura do corpo dele me cercava por todos os lados, queimando através dos cobertores.

O cheiro do creme de rosa em minha pele preenchia o ar, intensificando o momento.

Os traços de Carter eram mais marcantes do que os de Luke. Seu rosto era esculpido com precisão, os traços afiados e definidos, e seus olhos frios e indiferentes estavam fixos em mim.

Eu já tinha sentido medo antes, mas agora, não estava mais assustada. Meu corpo se sentia estranhamente vivo, como se uma corrente quente estivesse fluindo do meu abdômen para os meus membros, até o cóccix, me deixando formigando.

Não dizíamos nada, apenas ficávamos ali em silêncio. Depois de um tempo, Carter finalmente soltou a mão que havia colocado na minha cintura.

Joguei as cobertas para o lado e pulei da cama, o ar frio me atingindo como uma onda de água gelada, esfriando a sensação de calor que estava subindo em mim.

“Eu deveria voltar a dormir depois de te dar a terapia ontem à noite, mas você de repente me agarrou, e eu não consegui me afastar”, expliquei, tentando entender a situação.

Ele provavelmente não tinha descansado direito em dias, e não estava totalmente consciente do que havia acontecido.

Pensando nisso, Carter disse friamente: “Desculpa.”

“Não tem problema. Eu... vou me arrumar”, falei, fugindo rapidamente para o banheiro.

Meu corpo estava em chamas. Eu estava pegando fogo.

Liguei a água morna e tomei um banho rápido, tentando me refrescar.

Originalmente, pensei que Carter fosse incapaz de tais coisas, mas claramente eu estava errada.

A sensação de meu joelho esbarrando no... dele fez meu coração bater forte novamente.

Tão duro.

E tão grande.

Joguei um pouco de água no rosto, tentando me acalmar. Como eu podia estar pensando assim? Principalmente depois de todos esses anos em que ele tinha sido uma espécie de mentor para mim.

Sem saber, Damian entrou no quarto enquanto eu estava perdida em meus pensamentos no banheiro.

Ele entregou um tablet a Carter e disse: “Sr. Bolton, aqui estão todas as informações sobre a Sra. Gardner.”

“Hm...”

Damian virou-se para preparar as roupas dele. Carter, ouvindo o som do chuveiro, abaixou o olhar e instruiu: “Pode ir agora.”

“Sim, senhor”, saiu rapidamente, fechando a porta atrás de si.

Carter abaixou o olhar para a tela.

Havia registros detalhados sobre o histórico de Zoey, os eventos de sua vida, seus gostos e desgostos, e até mesmo as notas exatas de suas aulas no ensino fundamental.

Quanto mais ele lia, mais a testa se franzia.

Depois de terminar no banheiro, percebi que havia entrado sem trazer roupa para trocar.

Viver com alguém ainda era algo novo para mim.

Felizmente, havia um roupão preparado para mim pela equipe de Carter, então vesti-o rapidamente.

Dentro, eu não estava usando nada.

Eu não sabia como o corpo de Zoey havia se desenvolvido, mas admito que, antes, meu corpo não era nada mal. No entanto, o corpo de agora era impecável, com pele clara, uma cintura fina e pernas longas e esguias que eram ainda mais longas que as minhas.

Além disso, um busto naturalmente cheio. Mesmo sem sutiã, ele se erguia orgulhoso.

Apertei o roupão o máximo que pude, mas ainda não conseguia esconder tudo.

Depois que saí, olhou de novo para o tablet.

Zoey cresceu no exterior, raramente visitando a casa. Seus gostos eram fortemente inclinados para comidas estrangeiras, especialmente sobremesas, e ela não tolerava comida picante.

Sua personalidade era melancólica, e ela raramente sorria.

Ela costumava se vestir com estilos escuros e góticos.

Abri o guarda-roupa. Naquela época, a maior parte do meu guarda-roupa era composta por roupas de trabalho, minha mente sempre ocupada com reuniões.

Agora, não havia necessidade de pensar em mais nada. Eu poderia usar o que quisesse.

Meus olhos caíram sobre um casaco de lã rosa, combinado com um suéter branco de gola alta e jeans.

Fiz uma maquiagem leve e prendi meu cabelo em um coque.

Era a melhor idade para estar, deveria usar cores suaves e pastéis, parecendo uma estudante universitária.

Espera, eu sou uma estudante universitária.

De repente, fui transportada de volta para os meus vinte anos, e ainda não estava acostumada com a disparidade.

Enquanto escolhia um par de sapatos, ouvi uma voz atrás de mim.

“Aquele par branco.”

Me virei e o vi apontando para um par de chinelos felpudos.

“Tá bom.”

Me troquei e dei uma voltinha na frente dele, sorrindo feito boba.

Depois de todos esses anos, finalmente eu poderia viver do jeito que quisesse!

Não precisava manter nenhuma dignidade “de Sra. Bolton”.

“Fica bom?”, perguntei, sentindo-me leve.

Ele me encarou, perdido em pensamentos, seus olhos ficando mais profundos. Sua voz estava rouca quando disse: “Você está linda.”