Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 822

Veja só essa fala, se fosse uma namorada um pouco mais ciumenta, ouvir isso já seria motivo para desconfiar de Zuriel.

Mesmo sabendo das intenções do outro, a semente da desconfiança certamente estaria plantada no coração, apenas esperando que uma série de eventos se acumulasse, até que tudo explodisse de uma vez.

Não pergunte por que Otilia Salazar entende tanto disso.

Não é isso que os romances e as novelas sempre mostram?

Por que existe o ditado "quem está no jogo não vê como quem está de fora"? Provavelmente é para situações como esta.

Otilia Salazar sorriu e disse: "Vocês têm um relacionamento tão bonito, depois de tantos anos, ele ainda lembra que você gosta de mousse de chocolate."

Andreia sorriu gentilmente, mas por dentro estava fervendo.

Caramba, como assim? Você não deveria estar irritada?

Por que está sorrindo tão feliz?

Não, esse sorriso certamente era forçado.

"Não brinque, não é isso que você gosta de comer?" Zuriel disse.

O sorriso no rosto de Andreia congelou.

Otilia Salazar não deu um tapa na cara, mas Zuriel deu.

Otilia Salazar lançou um olhar para Andreia, suspirando internamente, ela até sentia pena da moça, como ela pôde se apaixonar por um cara tão insensível como Zuriel.

Vendo os dois flertando, Andreia não aguentou mais e, apressada, disse alguma coisa antes de ir embora.

Observando sua saída, Otilia Salazar se inclinou preguiçosamente e sedutoramente contra a grade, virou a cabeça e olhou para Zuriel com um olhar que era um misto de riso.

Zuriel sentiu seu coração acelerar com aquele olhar.

"Minha querida amiga de infância." Otilia Salazar falou num sussurro, sua voz carregada de um indolente encanto.

Zuriel, apoiando-se na grade com uma mão, passou a mão no rosto dela, terminando nos lábios vermelhos e vibrantes, com uma voz profunda, "Se ser colega conta como amigo de infância, então ela também é a amiga de infância do meu irmão Natan."

"O que ela disse para você?" Alguém perguntou.

"Nada demais. Só estava falando que o Zuriel gosta de ouvi-la tocar piano, pintar, coisas assim." Andreia tomou um gole de champanhe, sentindo um amargor indescritível.

"Ela está se gabando, certo?" Alguém apontou a malícia nas intenções de Otilia Salazar.

Andreia sorriu despretensiosamente, "Talvez."

"Com certeza. Ela estudou design de moda, então deve ser boa em desenho, mas quanto a tocar piano, já não se pode dizer o mesmo. Aprender a tocar bem o piano não é algo que se faz de um dia para o outro. Ela morava numa favela em Cidade H, onde teria ela oportunidade de aprender?"

"Oras, se ela ousa se gabar, então que leve essa mentira até o fim." Alguém disse com os olhos estreitos, cheios de cálculos.

Andreia observou as pessoas começarem a discutir entre si, um leve sorriso brincando em seus lábios, e seu olhar inadvertidamente captou Otilia Salazar e Zuriel em uma conversa íntima.

Ela apertou os olhos e desviou o olhar.

Não precisava se envolver; alguém faria o trabalho sujo por ela. Isso era bom.

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