Ardentes Laços do Desejo romance Capítulo 66

O silêncio de Jéssica Rocha falou volumes, e Felipe Garcia, com uma suavidade quase imperceptível, propôs: "Vamos para a sua casa?"

Os fios de cabelo grudavam em suas bochechas, e a raiva em seus olhos gradualmente se dissipava. Substituída por um olhar perdido, ela murmurou: "Casa? Eu não tenho mais uma casa."

Durante os anos que passou sob o domínio de Amanda Rocha, seu maior desejo era libertar-se completamente da influência dela e conquistar um lar que fosse verdadeiramente seu. Nos últimos anos, ela frequentava as aulas durante o dia e passava as noites trabalhando duro em suas pinturas. Com o tempo, conseguiu comprar um pequeno apartamento, que decorou cuidadosamente como uma andorinha constrói seu ninho. Mas agora a realidade lhe dizia que o lar pelo qual ela havia trabalhado tanto era apenas uma esmola dada por outros.

Felipe Garcia, ao perceber a profundidade do desespero nos olhos dela, não disse mais nada. Com uma gentileza silenciosa, a acomodou no assento do passageiro. Ele voltou para pegar a pintura que havia sido completamente arruinada pela chuva. Sua raiva já havia passado, e as emoções de Jéssica Rocha gradualmente se estabilizavam, a razão retornava.

No carro, o jovem motorista que Jéssica Rocha havia visto anteriormente ainda estava presente, e ela sentiu um constrangimento profundo. No auge de sua raiva, ela havia mordido o lábio de Felipe Garcia em um desabafo. Ela estava louca?

Felipe Garcia pediu ao motorista que saísse, assumindo o volante ele mesmo Quando a porta se fechou, ficando apenas os dois no carro, Jéssica Rocha finalmente falou em voz baixa: "Desculpe, sujei seu carro."

Felipe Garcia deu uma olhada rápida para ela, toda molhada, com uma voz estável: "Não tem problema." Ele retirou um curativo à prova d'água e, com uma precisão quase delicada, aplicou-o sobre o ferimento de Jéssica Rocha, como se não houvesse mais ninguém presente. Em seguida, deu partida no carro.

O celular vibrou, e Jéssica Rocha o pegou para ver. Era uma mensagem de um número desconhecido.

[Jecy, você não estava feliz vivendo naquele apartamento? Se você realmente quer estabelecer limites entre nós, então devolva todos os benefícios que recebeu de mim. Isso seria mais adequado para a sua persona de fria e nobre, não acha?]

[Na verdade, esse dinheiro não significa nada para mim. Eu gosto de você e estou disposto a gastá-lo com você, mas você é muito teimosa. Famílias como as nossas estão cheias de casamentos de conveniência. Vanessa Barbosa é apenas uma decoração que eu trouxe para casa, meu coração pertence a você. Por que você insiste em bater de frente?]

Jéssica Rocha apertou o telefone com tanta força que suas mãos começaram a tremer. A raiva e a frustração eram palpáveis, e ela não conseguia esconder o desgosto: Edson Galvão era, sem dúvida, um hipócrita implacável.

Jéssica Rocha imaginou que o homem continuaria a fazer perguntas, mas Felipe Garcia sempre soube quando parar de aprofundar, como se ele também não quisesse saber tudo sobre ela. Esse homem era contraditório. Agora, não havia traço algum da aparência rústica que ele tinha quando se conheceram. Isso despertava uma infinidade de perguntas em Jéssica Rocha. Por que ele se apresentava de maneira tão simples naquela época? Por que ela conseguia aceitar o toque dele? Ao lado dele, ela parecia acalmar-se facilmente.

O carro parou na Mansão de Jéssica. Ao ver Jéssica Rocha franzindo a testa, ele explicou: "Isso é mais perto do que o hotel."

Disse isso e desceu do carro para abrir a porta para Jéssica Rocha. Justo quando ela estava prestes a sair, ele a pegou no colo de forma impulsiva.

"Eu... posso fazer isso sozinha." Jéssica Rocha, sentindo-se desconfortável e um tanto constrangida, tentou se libertar, mas foi firmemente segurada nos braços dele.

Felipe Garcia olhou para baixo, com um olhar profundo e zombeteiro: "Cadê aquela bravura de quem me mordeu agora pouco?"

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