Em meio à tempestade furiosa, o guarda-chuva preto curvava-se sob a força dos ventos, tentando proteger Jéssica Rocha da chuva torrencial que caía em cascata, criando uma cortina de água que parecia engolir o mundo ao redor.
As grandes gotas de chuva rolavam pelo tecido liso e caíam ao chão, espirrando água por todo lado.
Os olhos de Jéssica Rocha, brilhosos e embaçados pelas lágrimas, fixavam-se através da névoa líquida no homem que se erguia à sua frente, alto e com uma presença imponente, vestido com uma elegância impecável que contrastava com o caos ao redor.
Parecia que toda vez que suas emoções fugiam do controle, ela acabava encontrando-o.
Se, naquele dia fatídico, ela soubesse a verdadeira identidade de Felipe Garcia, com certeza não teria feito aquele pedido tão impulsivo e desavisado.
Agora, com o status de Felipe Garcia, mesmo sem dizer uma palavra, apenas estando lá, ele emanava a sensação de um filme.
Felipe Garcia parecia estar em um plano superior, quase etéreo, como uma estrela distante no firmamento, uma entidade de nobreza e sofisticação que Jéssica Rocha jamais poderia alcançar.
Felipe Garcia observava a pequena mulher desamparada no chão, com o rosto sujo de maquiagem borrada, parecendo ter aplicado uma camada especial de cosméticos, brilhando desastrosamente sob a luz dourada.
As lágrimas que recém haviam começado a escorrer pelo canto de seus olhos conferiam-lhe uma beleza perturbadora na sua fragilidade.
Havia uma beleza perturbadora na sua fragilidade.
Ela era como uma sereia no mar, bela de uma forma que o intoxicava, fazendo-o querer dominá-la completamente até que ela se quebrasse.
Felipe Garcia abaixou-se lentamente, sem questionar o que havia acontecido, seus olhos escuros mergulhados em profundidade.
Sua voz, suavemente baixa, deslizou através da tempestade: "Seria uma pena descartar um desenho tão belo, não acha? Profa. Rocha, se não o aprecia, talvez pudesse me conceder?"
Ao lembrar-se de tudo pelo que passou nesses últimos anos, Jéssica Rocha riu friamente, "Vocês, ricos, gostam desse jogo de se rebaixar, não é? É divertido para vocês?"
Ela levantou-se com um ímpeto feroz, afastando o guarda-chuva de Felipe Garcia e expondo ambos à tempestade incessante.
Ela sentia como se já estivesse atolada na lama e quisesse arrastá-lo para dentro também.
Colocando as mãos nos ombros dele, o homem observou-a com uma calma serena, quase como se temesse perturbar a pequena fera enfurecida diante dele.
A chuva caía tão forte quanto no dia em que ela havia levado pamonha para ele, escorrendo pelo seu rosto.
Apesar do calor e da urgência do beijo, Felipe Garcia sentiu o gosto salgado das lágrimas misturadas com a chuva.
Era mais como uma fera furiosa desabafando, mordendo seus lábios até doer.
Quando finalmente se afastou, um olhar perdido e confuso pairava em seus olhos. Ela murmurou para si mesma, quase em um sussurro quebrado: "Por que? Por que você tem esse poder sobre mim?"
Edson Galvão mal a tocava e ela se sentia repugnada, mas podia tocar em Felipe Garcia?
Ambos estavam completamente encharcados pela chuva torrencial, e o rosto bem definido de Felipe se destacava na escuridão da noite como uma lâmina afiada, esculpido pela luz difusa da tempestade.
Seu olhar profundo fixava-se em Jéssica Rocha, carregando uma profundidade sedutora, ele lambeu os lábios: "Não sei o que aconteceu contigo, mas se precisas de um escape, posso estar contigo."
Ele afastou o cabelo que caía sobre seus olhos com um gesto de desdém, e continuou: "Profa. Rocha, responde-me, desejas continuar?"
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