Algumas memórias perturbadoras começaram a se desenrolar na mente de Jéssica Rocha, fazendo seu corpo tremer incontrolavelmente. Ela fechou os olhos com força, tentando dispersar as dolorosas lembranças que invadiam seus pensamentos.
Mas há certos pensamentos que, quanto mais tentamos afastar, mais insistem em nos perseguir, como uma sombra implacável. O medo envolvia Jéssica Rocha como uma grande rede, aprisionando-a firmemente.
Ela só precisava fechar os olhos para se lembrar daquele ano. Na escuridão da noite, enquanto estava confinada no elevador devido a uma falha técnica, ela aguardava a abertura das portas quando sua mãe se lançou do topo do prédio, caindo diante de seus olhos aterrorizados. Um estrondo de trovão cortou o céu, iluminando Amanda Rocha, coberta de sangue.
Felipe Garcia notou imediatamente que algo estava profundamente errado com a jovem em seus braços, sentindo a umidade das palmas das mãos dela devido à tensão. Ela se agarrava firmemente ao seu corpo, colando-se a ele de maneira inseparável.
Inclinando-se, Felipe Garcia baixou a voz e sussurrou em seu ouvido: “Não tenha medo.”
Como não ter medo? Naquele ano, Jéssica Rocha tinha apenas cinco anos e viu sua mãe cair do topo do prédio. Se não fosse pelo fato de a queda ter sido atenuada por um gramado macio próximo à mansão, Amanda Rocha provavelmente não teria sobrevivido. Antes de se jogar, Amanda Rocha havia se ferido com uma faca, o que resultou em manchas de sangue por todo o seu corpo ao cair, deixando uma profunda cicatriz emocional em Jéssica Rocha.
Mesmo já adulta, Jéssica Rocha ainda temia noites de tempestade e elevadores descontrolados. Desde que começou a se relacionar com Felipe Garcia, ela havia conseguido manter uma fachada de estabilidade emocional. Até mesmo quando seu ex-namorado apareceu, ela conseguiu manter a compostura, beijando Felipe Garcia nas pontas dos pés.
Jéssica Rocha era independente e forte no exterior, mas doce e obediente na intimidade. Ela era uma mulher de personalidade marcante, escondendo bem suas vulnerabilidades, nunca deixando que outros percebessem.
O que teria acontecido hoje? Enquanto pensava isso, ele sentiu algo morno em seu pescoço, gotas que escorriam lentamente para dentro de sua camisa. Jéssica Rocha estava chorando?
Aquela lágrima, carregando uma intensa calor, se espalhava até o coração de Felipe Garcia. Nem era preciso pensar em como a doce jovem em seus braços, chorando, poderia ser tão tocante.
Jéssica Rocha se aconchegava profundamente no pescoço de Felipe Garcia, deixando suas lágrimas se espalharem pelo colo do homem. Nesse momento, uma mão acariciou seu rosto, e Felipe Garcia levantou seu queixo. Obrigada a erguer a cabeça, na escuridão profunda, ela mal podia distinguir os contornos do rosto dele.
E, como esperado, o elevador parou de descer, e a cabine finalmente se estabilizou. Felipe Garcia a segurava com um braço, enquanto com o outro apertava o botão de emergência. O técnico do elevador informou que chegaria em cerca de dez minutos.
Felipe Garcia ligou a lanterna, criando um feixe de luz na escuridão da noite. A emoção de Jéssica Rocha gradualmente se acalmou, ela usou a ponta dos dedos para limpar as lágrimas remanescentes no canto dos olhos, "Desculpe, eu fiquei um pouco fora de mim agora há pouco."
Sua voz estava rouca, e a ponta do nariz ligeiramente vermelha, a pobre expressão frágil era bastante comovente. "Não tem problema." Felipe Garcia estava prestes a soltar a cintura dela.
Jéssica Rocha queria perguntar sobre ele e Kelly Freitas, quando o elevador parado de repente caiu um pouco mais, trazendo uma sensação de perda de peso. A garota que havia se afastado de Felipe Garcia, de repente, se chocou contra seu peito novamente, seu corpo tremendo de medo.
Na luz fraca, os olhos escuros de Felipe Garcia gradualmente se encheram de uma emoção profunda, ele disse em tom baixo: "Calma, não se mova assim..."
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