Ardente Como O Sol romance Capítulo 74

O médico particular entrou apressado no quarto com sua maleta de remédios, retirou uma seringa e aplicou a injeção em Delfina.

"Não tenho certeza de qual substância foi usada, portanto não posso curá-la completamente, apenas aliviar os sintomas. Isso deve fazer efeito em cerca de quinze minutos. Você pode sentir algum desconforto, mas amanhã estará melhor."

O médico guardou sua maleta, mantendo os olhos sob controle o tempo todo, sem lançar um único olhar para a mulher na cama.

Alfredo já havia se acomodado no sofá em frente, fumando de forma desleixada e até distraída.

"O senhor sabe o que deve e o que não deve dizer." - disse ele calmamente, fazendo com que o médico sentisse como se tivesse uma lâmina encostada em sua artéria.

"Sr. Dutra, pode ficar tranquilo. O que aconteceu aqui esta noite, eu não revelarei uma palavra sequer."

Alfredo não demonstrou nenhuma reação. Ele se levantou apressadamente e saiu, fechando a porta com o máximo de cuidado possível.

Os longos cabelos de Delfina se espalhavam sobre o lençol branco, como seda preta macia e lisa.

Ela ainda parecia um pouco confusa, com as bochechas ainda coradas. Ficou deitada em silêncio por um momento, olhando para o homem no sofá.

Alfredo a observava o tempo todo.

Quando seus olhares se cruzaram, ele mordiscou o cigarro e sorriu de forma ambígua.

"Está olhando o quê?"

Delfina se lembrou de como havia se atirado sobre ele, até mesmo oferecendo-lhe dinheiro por seus favores, sentindo-se inundada por uma onda de vergonha.

"Por que você ligou para o médico e não me contou?"

Alfredo respondeu com desdém: "Você não perguntou."

Sim, ela não havia perguntado. A iniciativa tinha sido dela e ele tinha aproveitado a oportunidade para zombar um pouco dela, deixando-a envergonhada.

Ele a salvou e até chamou um médico, ela não tinha o direito de culpá-lo por nada. Ela deveria ser grata.

"Qual é o problema?" - Alfredo deu uma baforada em seu cigarro: "Você está desapontada por não ter dormido comigo?"

Delfina apertou os lábios, virando o rosto para o outro lado: "Não. Obrigada por sua ajuda. Você pode ir, eu pagarei a conta do quarto amanhã."

Depois de dizer isso, ela se cobriu completamente com o cobertor.

Que situação embaraçosa. Ela não queria mais ver Alfredo nunca mais na vida.

Em outra suíte de luxo do mesmo hotel.

"Alguém a encontrou no caminho e a levou embora."

A expressão de Xander escureceu instantaneamente: "Quem a levou?"

A funcionária, trêmula, respondeu calmamente: "O Sr. Silveira."

Ao ver seu plano fracassar, Xander chutou a parede com raiva: "Maldito Rodrigo, sempre arruinando meus planos!"

Rodrigo, depois de se cansar, carregou cuidadosamente sua irmã adormecida no carro para não acordá-la, e só ousou espirrar depois de sair do quarto, pensando: "Atchim! Quem é que tá pensando em mim?"

O telefone tocou e Edmar o chamou para sair e tomar um drinque: "O Alfredo também está aqui, você vem?"

"Olha a hora que já é, e ainda querem beber…"

"E você ainda tem coragem de falar? Ficamos agachados por duas horas, nossas pernas estão dormentes!"

Rodrigo se rendeu imediatamente: "Está bem, está bem, eu vou. Hoje à noite, é por minha conta."

Quando Rodrigo chegou ao CLUBE NOITE AZUL, alguns amigos já estavam na sala privativa bebendo e conversando, e alguém havia chamado algumas garçonetes de saias curtas e justas, que estavam por perto.

Alfredo, como sempre, ocupava um sofá inteiro sozinho, com os pés em cima da mesa de centro, reclinando-se em uma pose preguiçosa. Seu pulso casualmente repousava no braço do sofá, segurando um copo de bebida que não chegava a beber há tempos.

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