Quando chegou ao estacionamento subterrâneo, Ademir estava ligando para Karina. No entanto, ela nem sequer atendia as chamadas.
De volta ao hospital, Karina estava junto à equipe médica, organizando os suprimentos e se preparando para partir. Ela tinha planejado ser parte do último grupo a ir, mas agora já não via mais razão para esperar.
O celular em seu bolso tocava incessantemente. Ao ver o nome de Ademir na tela, Karina silenciosamente desligou o aparelho.
Ademir entrou com o carro no hospital, e a primeira leva de veículos médicos já estava prestes a sair.
— Não pode estacionar aqui, por favor, use o estacionamento central.
Ademir, sem escolha, deu a volta e foi estacionar o carro. Depois, se apressou em direção ao hall de emergência e perguntou:
— Com licença, a Karina está aqui?
A enfermeira, que conhecia bem Karina, respondeu:
— Karina? Ela saiu com a equipe médica.
— Saiu? Quando?
A enfermeira apontou com a mão:
— Aquela ali, acabou de sair...
Antes que ela pudesse terminar a frase, Ademir já tinha saído correndo.
— Karina! Karina!
A ambulância que acabava de sair pelos portões do hospital ainda não estava em alta velocidade. Dentro do veículo, alguém logo percebeu que havia um homem correndo atrás.
— Ele está correndo atrás da nossa ambulância?
— Claro que está! Está seguindo a gente bem de perto, e corre muito rápido!
— Nossa, ele é muito alto, deve ter uns dois metros! E é muito bonito também!
Alguém gritou, chamando a atenção de todos:
— Gente, vamos ver! Quem será que ele está procurando?
— Pois é! Todo mundo de pé, vamos descobrir quem ele está tentando alcançar com tanta urgência.
De repente, o interior da ambulância ficou agitado, cheio de conversas. Até o motorista, curioso, reduziu a velocidade de propósito.
Karina, no entanto, desde que entrou no veículo, tinha colocado os fones de ouvido e fechado os olhos, escutando música. O barulho ao seu redor passou completamente despercebido.
A ambulância já estava saindo do Hospital J e prestes a pegar a estrada principal.
O motorista, frustrado, gritou:
— Ninguém conhece ele, certo? Então vou acelerar. Talvez ele tenha se confundido.
— Dra. Costa. — Uma colega ao lado de Karina a cutucou.
Karina tirou os fones de ouvido e perguntou:
— O que foi?
— Não tenho certeza, mas só por precaução: aquele homem que está correndo atrás da ambulância... Você o conhece?
Por fim, ofegante, ele parou, com os olhos fixos na traseira da ambulância.
"Será que a Karina nem olhou para trás uma única vez?"
Pouco antes, várias pessoas no carro haviam olhado. Por que ela não?
Ademir se virou e voltou ao estacionamento do Hospital J. Precisava pegar o carro e tentar alcançá-la novamente. Ele sabia que garotas chateadas eram difíceis de consolar, ainda mais com a relação incerta que tinham.
Mas ele não se importava. Afinal, foi ele quem causou tudo isso.
...
Já na metade do caminho, Karina decidiu ligar o celular. Não demorou muito para que uma ligação entrasse.
Era Túlio.
— Karina. — A voz de Túlio soava calma, mas carregava uma suavidade quase imperceptível. — Estou a caminho da Cidade Y. Karina, estou muito preocupado com você.
Karina olhou pela janela e viu que a chuva já começava a cair, com sinais de que ficaria mais forte.
— O tempo está ruim, por que está indo para a Cidade Y? Eu estou bem, não precisa se preocupar.
Embora a voz de Karina fosse tranquila, seu tom denotava certa distância.
Túlio, com um sorriso amargo, respondeu:
— Você não quer saber onde estive nos últimos dias? Karina, eu fui ao País G.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
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