Patrícia ficou um pouco atordoada com a enxurrada de perguntas.
Ela sabia que não deveria falar sobre a vida pessoal de Karina, mas a presença dominante daquele homem era tão forte que, sem perceber, acabou contando.
Patrícia assentiu e disse:
— Se você perguntar desse jeito, então sim, já aconteceu.
Ao ouvir isso, o coração de Ademir apertou.
Aquele homem... Era o pai do filho de Karina!
No entanto, em seu rosto, ele apenas esboçou um sorriso despreocupado e perguntou:
— Quem é esse homem? Como ele se chama?
Patrícia respondeu:
— Talvez você não o conheça, é o Túlio, da família Martins. Já ouviu falar dele?
Então era ele.
Os olhos de Ademir escureceram, e seus dedos se fecharam em punho, enquanto uma dor aguda atravessava seu peito.
Ademir continuou a perguntar:
— Como eles se separaram?
Patrícia mordeu os lábios antes de responder:
— A mãe do Túlio não aprovava, então eles foram forçados a se separar.
Então foi assim...
— Obrigado. Não conte a Karina que eu perguntei sobre isso.
Diante do rosto impecavelmente belo de Ademir, Patrícia, inexplicavelmente, assentiu:
— Tudo bem.
Assim que se virou, o semblante gentil de Ademir se transformou num olhar feroz!
Túlio!
Ao recordar seus dois encontros com ele, Ademir percebeu a estranha hostilidade que sempre sentia por Túlio. Agora, ele sabia o porquê!
Ele ainda tinha a audácia de ver Karina? Não tinha sido ele quem a abandonou? Quem a rejeitou?
Sendo homem, Ademir claramente podia perceber que Túlio ainda nutria sentimentos por Karina.
Especialmente porque ele próprio, agora, também...
Ao sair do hospital, Júlio e os outros já o esperavam.
Antes que Júlio pudesse dizer qualquer coisa, Ademir deu uma ordem:
— Aquele Tomás... Dê um jeito nele.
Júlio ficou momentaneamente surpreso, mas logo assentiu:
— Sim, Ademir.
Então Júlio acrescentou:
— Ademir, o alojamento já está preparado. Esta noite, teremos que ficar aqui.
Depois de se lavar, enquanto secava o cabelo, Ademir parou de repente.
"Karina... O que ela pensa? Ainda sente falta do Túlio? Está pensando em se reconciliar com ele?"
Num impulso, Ademir levantou a mão e jogou a toalha no chão.
...
Logo pela manhã, a equipe médica já estava organizando tudo e preparando os veículos.
Ele era mesmo autoritário assim.
Já no carro, Ademir continuava segurando a mão dela.
Com Enzo e Bruno também no veículo, Ademir não tinha coragem de fazer nada além disso.
Ainda assim, achava ótimo apenas segurar a mão dela, sem precisar fazer mais nada.
Aos poucos, Karina começou a sentir a palma da mão suada.
Ela olhou de relance para Ademir e tentou puxar a mão de volta.
Fez um leve esforço, mas não conseguiu.
Ademir, apesar de parecer não estar apertando, tinha um controle firme sobre ela. Ele arqueou uma sobrancelha, percebendo que a pequena mão em sua palma havia parado de se mexer. Isso o deixou extremamente satisfeito.
Ela, tão tranquila assim, não deveria estar mais pensando no Túlio, certo?
...
Aeroporto do País G.
Na sala VIP, Túlio falava ao telefone com Simão:
— Simão, estou prestes a embarcar.
— Ótimo. — Respondeu Simão. — Falei com Patrícia, a situação na Cidade Y está bem complicada, mas fique tranquilo, a Karina está bem.
— Obrigado.
O restante agora era por conta dele.
Túlio sentia um arrependimento profundo, por não estar ao lado de Karina quando ela precisou. Ele estava no exterior quando tudo aconteceu.
Mas agora, ele traria boas notícias para Karina.
Ela ficaria feliz ao vê-lo!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...