Patrícia ficou tão surpresa que não conseguia dizer uma palavra.
Ademir, porém, não tinha muita paciência e franziu o cenho, perguntando:
— Eu perguntei quem fez o quê com a Karina?
— Foi assim... — O homem à sua frente claramente não era comum, então Lourenço se apressou em explicar tudo. — Agora, não conseguimos mais entrar em contato com a Karina.
Ao ouvir isso, os lábios finos de Ademir se comprimiram em uma linha reta, e seu olhar ficou sombrio.
Ele murmurou:
— Que ousadia.
Logo depois, ordenou:
— Júlio, Enzo, Bruno, venham comigo!
— Sim, Ademir.
Eles entraram na área de colapso, e assim como Lourenço havia dito, ninguém tinha visto Karina.
Júlio e os outros dois não ousavam falar, esperando apenas que Ademir tomasse a iniciativa.
Com os traços tensos, Ademir falou em um tom grave:
— Júlio, prepare o helicóptero e sobrevoe mais ao fundo. Mesmo que tenhamos que revirar a montanha inteira, quero que encontrem a Karina.
— Sim, Ademir! — A tensão na voz de Júlio aumentava.
O céu escurecia cada vez mais.
Sobre a floresta, o som estridente do helicóptero era ensurdecedor. Feixes de luz cortavam o céu, iluminando o solo abaixo.
...
Karina, naquele momento, carregava um menino de oito ou nove anos nas costas.
O garoto havia sido resgatado por ela de dentro de uma caverna, e, por isso, suas mãos estavam todas feridas e sangrando.
O menino tinha as duas pernas quebradas e não conseguia dar um passo, então Karina o carregava nas costas.
Mas, como ela não conhecia bem o caminho pela montanha, acabou se perdendo e, até agora, não conseguia sair de lá.
O menino chorava nas costas dela.
— Irmã, estou com muita dor.
Ouvindo isso, Karina se lembrou de seu irmão, Catarino, e sentiu uma profunda compaixão.
— Aguente mais um pouco, logo estaremos fora daqui.
Ela já havia caminhado muito naquela região, estava ferida, grávida, e a mistura de medo e cansaço a consumia. Karina também estava exausta.
Mas toda a esperança dependia dela, então não podia parar.
Nas costas dela, o menino continuava choramingando baixinho.
Passo a passo, Karina avançava com dificuldade, enquanto, em seu íntimo, fazia um desejo silencioso.
"Se ao menos alguém viesse nos salvar agora..."
De repente, um feixe de luz atingiu Karina, e, quando a luz passou sobre seus olhos, ela instintivamente os fechou.
Nesse momento, Enzo e Bruno, muito solícitos, pegaram o menino que Karina carregava nas costas.
O peso desapareceu repentinamente, e as pernas de Karina cederam, fazendo ela cair descontroladamente.
Ademir a segurou, seu olhar cheio de preocupação.
— O que aconteceu? Você machucou a perna? Como pôde carregar alguém assim se estava ferida? — Perguntou Ademir, aflito.
Karina sorriu, balançando a cabeça.
— Não, só fiquei um pouco fraca nas pernas.
— Tem certeza de que está tudo bem?
Ainda desconfiado, Ademir examinou cuidadosamente suas pernas. Só quando teve certeza de que ela estava bem, suspirou aliviado.
Karina ficou envergonhada com a atenção dele.
De repente, o homem segurou o rosto dela com as mãos e, se inclinando, tomou seus lábios em um beijo feroz.
Era como se uma fera que ele mantinha dentro de si tivesse finalmente se libertado.
O beijo era intenso, quase desesperado!
Nos braços dele, Karina parecia incapaz de suportar o peso daquilo, desabando em seus braços.
Ademir, sentindo compaixão, finalmente a soltou.
Karina olhou para ele, os olhos bem abertos, com os lábios ruborizados e levemente entreabertos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...