Assim que terminou de falar, Otávio continuou a encará-lo.
— Falar assim... Sem nem pensar. Como você pode falar desse jeito da sua própria esposa?
Ademir ficou atônito, seu olhar vacilou por um momento.
— Eu não disse nada demais. — Ademir replicou, ainda confuso. — Vovô, onde ela foi?
— Você está me perguntando? — Otávio disse com um sorriso malicioso. — Ela é sua esposa, não é? Ela não te contou para onde foi? Talvez seja hora de você refletir sobre si mesmo.
— Refletir? — Ademir soltou uma risada fria. — Claro que eu sei, como não saberia? Ela me ligou, mas eu estava ocupado na hora e não atendi...
Otávio não desviava o olhar, observando ele fixamente.
Ademir, se sentindo desconfortável sob aquele olhar penetrante, finalmente cedeu:
— Vovô, por que você está me olhando assim?
Otávio foi direto:
— Pare de fingir!
Ademir ficou sem palavras.
Derrotado pelo avô, ele voltou para o quarto e pegou o celular, discando o número de Karina. Entredentes, murmurou baixinho:
— Tente não atender, vai...
Mas Karina atendeu. E atendeu rápido.
Ademir sorriu de canto e perguntou:
— Onde você foi?
— O vovô não te contou? — Karina respondeu, confusa. — Quando saí, voltei para casa por um momento e avisei o vovô.
Ademir estreitou os olhos, claramente irritado:
— Eu estou te perguntando, não pedindo para você me perguntar de volta!
Ele estava irritado? Esse homem tinha um temperamento tão ruim.
Karina, temendo piorar a situação, respondeu rapidamente:
— Estou na Cidade Y.
"Cidade Y? Onde é isso?"
Ademir franziu a testa, se lembrando vagamente de que era uma região rural.
— O que você foi fazer aí?
— Trabalho. — Karina riu baixinho e explicou de maneira breve o que estava fazendo.
Mesmo após a explicação, Ademir ainda estava claramente descontente, rangendo os dentes audivelmente.
"Com certeza é apenas minha imaginação!"
Dois dias depois, Ademir mexia no celular, o semblante ficando cada vez mais sombrio.
Ótimo, muito bom!
Haviam se passado dois dias e Karina não havia sequer mandado uma mensagem ou feito uma ligação para ele. Pelo que Ademir sabia, ela ligava duas vezes por dia para a Mansão da família Barbosa: pela manhã, para o mordomo Rui, e à noite, para o avô Otávio.
E para ele? Nada.
— Ademir! — Júlio entrou de repente no quarto, segurando um laptop, com uma expressão tensa. — Quer que eu envie alguém para Cidade Y?
Ademir franziu a testa, ficando imediatamente alerta.
— O que houve na Cidade Y?
— Você não viu as notícias?
Sem esperar resposta, Júlio colocou o laptop na frente de Ademir e abriu o noticiário.
Todas as manchetes falavam da Cidade Y.
[Colapso na Cidade Y! Número de vítimas ainda desconhecido!]
Num salto, Ademir se levantou da cadeira!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...